Volta por cima: a trajetória de Valtim José, braço-direito de Bocalom

No café da manhã os dois já estão juntos para dividir a primeira refeição do dia. E será muito provável que estejam novamente reunidos para o jantar – afinal de contas, o prefeito eleito de Rio Branco, Tião Bocalom, e o seu fiel escudeiro Valtim José da Silva dividem o mesmo endereço no Residencial Bouganville, no bairro Bosque, na capital do Acre.     

E essa convivência é suficiente para fazer de Valtim objeto de assédio por parte daqueles que tentam se aproximar do futuro prefeito.

“Vejo isso com naturalidade”, diz o braço-direito de Bocalom sobre o cerco que se forma à sua volta.

O convívio diário remonta ao ano de 2014, quando a esposa de Bocalom, dona Bete, precisou ser levada do Acre para tratamento médico em Minas Gerais, onde fixou residência. Em suas muitas vindas ao estado, Bocalom era acolhido pelo amigo em seu apartamento no bairro Tangará.

Segundo Valtim, uma amizade fiel se consolidou entre ambos. “O Bocalom é um paizão pra mim, um amigo sincero e leal que tem todo o meu respeito e admiração”.

E a lealdade é recíproca. Valtim precisou deixar a direção da Emater no começo de outubro, assim que se viu pressionado pelos emissários do governador Gladson Cameli, que queriam uma definição de sua parte sobre o apoio à reeleição da prefeita Socorro Neri. Valtim não pensou duas vezes antes de entregar o cargo.  

Valtim e Bocalom: amizade desde 2009/Foto: arquivo pessoal

“Não saí magoado com o governador. Ele é quem nomeia os comissionados no governo, e naquele momento achou por bem me exonerar. Saí de cabeça erguida”, diz ele.

Quanto à convivência com o prefeito eleito, ela é descrita como ‘tranquila’.

“O Bocalom gosta de levantar cedo pra fazer o café. Com ele não tem tristeza. Admiro sua determinação, a fé que ele tem no trabalho e não dispenso os muitos conselhos que ele sempre me deu”, conta Valtim.

Aos 52 anos de idade, o pai da Letícia, de 17 anos, e do Gustavo, 10, diz ter os pés bem plantados no chão. Assegura não se deslumbrar com a nova conquista da qual ele – merecidamente – faz parte. E a razão de sua humildade, conforme diz, foram as muitas batalhas das quais saiu derrotado junto com o amigo.

Valtim e Bocalom estão juntos na política desde 2009, quando (no ano seguinte) Bocalom disputou o governo do estado contra o petista Tião Viana – e perdeu por uma mísera margem de 0,50% dos votos. Desde então foram mais três derrotas nas urnas: em 2012, 2014 e 2018, quando ele se candidatou a uma cadeira na Câmara Federal pelo PSL, tendo obtido 22.872 votos.

E se acontece de ser nas vitórias da vida que muitas amizades já se desfizeram, foi nas derrotas que a relação dos dois se consolidou.

Valtim com os filhos Letícia e Gustavo/Foto: arquivo pessoal

“A amizade que eu tenho com o Bocalom e com a família dele é feita de sinceridade e respeito. Nossa relação está além da política”, afirma Valtim.

E quanto ao cargo que ele deverá ocupar na administração pública municipal? “Não tem cargo definido pra ninguém”, diz Valtim.

“Essa decisão cabe ao Bocalom. O que ele decidir estará bom pra mim. O que ele determinar, estarei pronto para contribuir”, conclui.

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