PF deflagra operação para ‘deter’ 2 deputados e afastar presidente da Aleac

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (29) a Operação Dirty Safe que visa desarticular uma quadrilha que supostamente atua na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Estão sendo cumpridos 22 mandados em Cruzeiro do Sul, Rio Branco e Manaus (AM). A PF estima que cerca de R$ 30 milhões tenham sido desviados.

Segundo a assessoria de imprensa do órgão, a operação investiga crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva e ativa. As ações desta quinta têm por objetivo coletar novas provas que confirmem ou alterem as hipóteses criminais traçadas até o momento pela investigação.

Mais de 50 policiais federais participam da ação. Os mandados judiciais foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região – sendo 13 deles de busca e apreensão, quatro de medidas cautelares substitutivas à prisão em desfavor de 2 deputados estaduais e 2 empresários, além de dois mandados de afastamento cautelar do cargo público, entre eles o afastamento do atual presidente da Aleac, Nicolau Júnior (PP).

O nome Dirty Safe faz alusão direta ao material apreendido no interior do cofre na casa de um dos investigados, por ocasião da deflagração da Operação Acúleo em 11 de setembro deste ano.

Policiais federais na residência de um dos acusados no começo desta manhã/Foto: PF

“Através da análise do conteúdo do cofre, foi possível identificar a atuação da suposta organização criminosa, com nítida divisão de tarefas entre seus integrantes e modo de agir sistematizado, que se utilizava da máquina pública e a interposição de pessoas para consecução de seus objetivos, incluindo a contratação de funcionários-fantasmas e do desvio de recursos públicos por intermédio de empresas privadas. Essa mesma estrutura também seria empregada na realização de atos de ocultação, dissimulação de movimentação, da origem e destino de valores, sendo chefiada, em tese, pelo atual chefe do Poder Legislativo do Acre”, diz nota da PF.

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Segundo o texto, um assessor parlamentar efetuou dezenas de depósitos em espécie na conta de uma das empresas investigadas, em valores que ultrapassaram R$ 10 milhões. “A referida pessoa jurídica apresenta entre seus sócios um familiar direto do parlamentar ao qual o servidor é vinculado”, diz o texto.

Sócio de outra empresa investigada, que possui diversos contratos públicos, realizou mais de 250 depósitos em espécie na conta da firma, sendo que grande parte deles no valor de R$ 99 mil. Isso, de acordo com a PF, foi uma tentativa de evitar que as transações fossem comunicadas a Unidade de Inteligência Financeira do Brasil (antigo Coaf).

Ainda de acordo com a assessoria do órgão, o total de depósitos em espécie durante o período analisado é de aproximadamente de R$ 30 milhões.

“A Polícia Federal continuará a investigação e apuração, na tentativa de elucidar a real amplitude da suposta organização criminosa, bem como identificar o grau de participação de cada um dos envolvidos”, encerra a nota.

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