Adepol se solidariza com policial que denunciou precariedade em delegacia  

A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre (Adepol/AC) emitiu nota na noite desta sexta-feira (3), em solidariedade à agente Ecilândia Marques, alvo de uma Sindicância Administrativa Disciplinar após divulgar um vídeo em que mostra as péssimas condições de trabalho na 2ª Delegacia Regional de Rio Branco.

No texto, assinado pelo presidente da associação, delegado Marcus José da Silva Cabral, a Adepol considera que a sindicância nada mais é que uma “represália” contra a denunciante. E cita outro caso semelhante, ocorrido na Delegacia do Tucumã.

De acordo com a associação, “arbitrariedades e perseguições praticadas contra aqueles que de modo corajoso têm lutado por melhores condições de trabalho são recorrentes na atual gestão da Polícia Civil”.

Leia a íntegra a seguir.

“NOTA DE SOLIDARIEDADE

A Associação dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Acre – ADEPOL/AC, vem a público manifestar repúdio a atitude da gestão da Polícia Civil do Estado do Acre, a qual de forma arbitrária instaurou sindicância administrativa em face de uma Agente de Polícia Civil lotada na Delegacia de Polícia da 2º Regional (Delegacia da Cidade do Povo), após esta ter publicado em suas redes sociais o desabamento do forro da copa da delegacia em referência, o que causou risco à integridade física dos servidores.

Diante da ampla divulgação em sites jornalísticos da situação caótica vivenciada pelos servidores, foi instaurado procedimento administrativo como forma de represália, deixando clara a intenção de intimidar a quem se atreve a mostrar a realidade vivenciada nas Unidades Policiais do Estado do Acre.

Nesse sentido, recentemente, um policial lotado na Delegacia do Tucumã foi sumariamente removido após relatar problemas estruturais e de saúde pública às autoridades competentes. Após o relato, os servidores da Vigilância Sanitária compareceram ao local e constataram sérias irregularidades, conforme Laudo Técnico.

Além disso, o documento aponta a necessidade de imediata intervenção sob pena de interdição da Delegacia.

Infelizmente, arbitrariedades e perseguições praticadas contra aqueles que de modo corajoso têm lutado por melhores condições de trabalho são recorrentes na atual gestão da Polícia Civil.

No Estado Democrático de Direito não há espaço para posturas arbitrárias e persecutórias, ainda que travestidas de suposta legalidade. A instauração de procedimento disciplinar contra a servidora, como forma de cercear a sua liberdade de expressão utilizada com a finalidade de aprimorar a prestação do serviço público, configura flagrante abuso de poder.

A Polícia Civil, que diuturnamente acolhe e atende a população acreana nos seus mais afastados rincões, não pode ser usada pelos gestores de ocasião para perseguir e aniquilar portadores de verdades incômodas.

A ADEPOL/AC, atenta aos altos valores e princípios que norteiam a Polícia Judiciária, expressa publicamente a sua solidariedade à profissional de Segurança Pública.

Marcus José da Silva Cabral
Presidente da ADEPOL/AC

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