As afetações emocionais das novas gerações influenciadas pela informática

No artigo anterior eu escrevi sobre os prejuízos intelectuais das novas gerações, o que já vinha ocorrendo há algumas décadas, mas foram impulsionados pela informática. Neste, abordarei sobre os efeitos emocionais, que estão totalmente associados aos intelectuais, e se apresentam de forma ainda mais dramática para além do aspecto de “zumbi” dos adolescentes atuais.

As emoções são o motor do comportamento humano e determinantes para a saúde mental. Todos nós possuímos uma estrutura cerebral preparada para as interações que estabelecemos com o meio ao longo da vida, mas devido à plasticidade cerebral o que fazemos no dia a dia vai moldando nossa forma de ser e reagir ao mundo e a nossas próprias emoções e sentimentos. Na infância e adolescência o cérebro está em intenso desenvolvimento estrutural e funcional. Ele precisa de bons exercícios/atividades para efetivar todo seu potencial.

Junte essa descoberta da neurociência com o que já falamos no artigo anterior e podemos começar a perceber os danos à saúde mental causados pela permanência excessiva no mundo virtual.

O contato presencial em atividades lúdicas/educativas, esportivas inclusivas e competitivas, afetivas e conflitivas, é necessário para criar uma memória consistente de eventos significativos e desenvolver habilidades humanas de enfrentamento às adversidades e assimilação de prazeres comuns à nossa espécie. Sem isso, o indivíduo perde a capacidade emotiva de lidar com frustrações e conflitos, perdas, situações novas e até alegrias. Isso pode desencadear sintomas depressivos, ansiedades, fobias e outras afetações psicológicas e orgânicas.

Ao mesmo tempo, é na adolescência (momento em que a imersão no mundo paralelo está mais intensa) que devem ocorrer os questionamentos sobre o mundo e seu papel nele, levando idealmente a uma posição filosófica (defesa de uma causa, identificação com ideias e ideais), ou pragmática (foco no sucesso individual) ou niilista (“deixa a vida me levar”). Sem a construção de um arcabouço teórico válido e de experiências concretas cria-se um vazio existencial que pode gerar angústia, levar à automutilação, sensação de impotência, ideação suicida, e outras.

Imagem: Internet

Além disso, ainda ficam, crianças e adolescentes, suscetíveis a participarem de “brincadeiras” de morte, pois é algo comum do mundo dos jogos virtuais e animações, e não encontram resistência em mentes que não têm emoções sólidas e perspectiva de realidade.

O mundo atual certamente oferece muitos riscos nas interações sociais presenciais, pelo maior índice de violência, das diversas formas, o que exige maior vigilância dos pais e responsáveis, e isso impossibilita o cenário de maior liberdade que tínhamos antes, mas mesmo nos espaços domésticos é possível uma mudança para o maior contato pessoal. Sejamos criativos!

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