Velhos companheiros aos poucos se acomodam no colo de Rocha e Cameli

Os camaleões da velha política no Acre já superaram o processo de descoloração partidária a fim de melhor se situarem na paisagem eleitoral destes novos tempos pós-PT. Gente que dia desses era verde ou vermelha agora ostenta, com enorme desfaçatez, as novas cores vibrantes do mandonismo momentâneo.

Esse processo de adaptação política teve início com o ex-reitor da Universidade Federal do Acre (Ufac) Minoru Kimpara, um neo-tucano a arrancar bicadas da turma do MDB. Da Rede de dona Marina para o ninho do Major Rocha, bastou um pulo, um pulinho – e as ideologias que se danem! Afinal de contas, quem precisa de ideário político quando o mundo é regido pelo pragmatismo de espertalhões e oportunistas?

A propósito, a turminha do MDB que agora torce o nariz para Kimpara não se manifestou, pelo que me lembro, quando a cúpula do partido o assediou na tentativa de vê-lo em seus quadros como membro honorário. Mas o Livro de Eclesiastes tem razão: tudo tem seu tempo determinado.

Se na capital do estado os macacos trocam de galho com a faceirice que lhes é peculiar, no interior não há que se dar espaço a protelações. Bichos-preguiça, afinal de contas, são sempre presas fáceis devido à lentidão.

A vereadora Janaína Furtado, por exemplo, que nas eleições ao governo em 2018 figurou como fiel escudeira de Marina Silva, já se apresenta como pré-candidata a prefeita de Tarauacá pelo Progressistas do governador Gladson Cameli.

Leio que na última segunda-feira (27), Janaína conversou sobre o assunto com a turma do PSD de Petecão. E antes disso, no dia 24 de janeiro, havia sentado, com o mesmo objetivo, com o ex-prefeito Rodrigo Damasceno.

Este último, por sinal, depois de vencer as eleições em 2012 para a prefeitura do município, pelo PT, e naufragar em sua tentativa de reeleição, em 2016, cogita agora se filiar ao PSDB. Quer disputar novamente a prefeitura – dessa vez despido da puída camisa vermelha com a qual se habituou a posar ao lado dos companheiros para envergar as novas cores partidárias dos vitoriosos.

Cabe ressaltar que essa gente não muda de endereço partidário por si mesma, mas sobretudo porque há quem a acolha nos novos imóveis do poder.

Talvez sem se dar conta, Rocha e Gladson vão tratando de pavimentar a estrada em que os companheiros sonham viajar de volta até o governo estadual.

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