A cessão de 20 leitos de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) no Hospital Santa Juliana, anunciada com estardalhaço pelo governo do estado no começo de abril, não foi adiante. Em um gesto de boa vontade, a Diocese de Rio Branco fez a oferta para atender os pacientes com coronavírus, cabendo ao estado, pelo acordo, a responsabilidade de arcar com os custos dos insumos e as equipes de profissionais. Mas ao invés de aproveitar a oferta, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) preferiu ‘torrar’ R$ 15,6 milhões com a empresa Mediall Brasil SA, sediada em Goiânia (GO).

Pelo contrato, cujo extrato foi publicado no dia 24 de abril no Diário Oficial do Estado (DOE), a empresa vai receber R$ 15.687.540,00 “para prestação de serviços de gerenciamento técnico, administrativo e fornecimento de recursos humanos, materiais, insumos e medicamentos para funcionamento de unidades no combate ao COVID-19”.

O dinheiro para o pagamento da empresa é proveniente do SUS (Sistema Único de Saúde) e dos cofres estaduais.

Consultada por meio de sua assessoria de imprensa, a Sesacre não respondeu aos questionamentos feitos pelo site oacreagora.com.

Confira a publicação no DOE (e em seguida a resposta do governo, dada após a repercussão da matéria):

Atualização às 19h42

Nota de Esclarecimento

A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por meio da diretoria jurídica esclarece que:

A doação consistia no espaço físico, sem insumos e recursos humanos necessários para funcionamento da UTI, sendo esta a principal dificuldade do Estado.

Assim a secretaria optou pela estruturação da rede própria, através da unidade do Into e Pronto-Socorro.

O Hospital Santa Juliana cedeu sem custos o uso de três ventiladores e a Sesacre contratou do Santa Juliana 10 leitos não Covid, além dos já existentes.

Alysson Bestene
Secretário de Estado de Saúde