Quando o inusitado nos bate à cara calando nossas mais absolutas certezas

A coluna Papo de Elevador tem por finalidade levar questionamentos do nosso cotidiano a reflexões interpessoais. O que você pensa e como agiria em determinados assuntos. Via de regra, ela questiona e instiga o leitor, para que ele tire suas próprias conclusões sobre temas do nosso dia a dia. O portal estará republicando os textos mais lidos e outros inéditos. Boa leitura!

Quando o seu apartamento fica no sétimo andar, em um prédio de oito, com
cinco apartamentos por andar e dois elevadores apenas, sendo um social e outro
de serviço, que permanece constantemente desligado para economizar energia,
somente funcionando nas horas de pico, ou seja, no começo da manhã e final da tarde,
é quase impossível você fazer a “viagem” até o térreo sem a companhia de
alguém. Mas acontece.

E naquele dia, quando o pensamento ia longe, aconteceu. Ninguém entrou nos
andares abaixo para interromper quando eu refletia sobre o a força do
imponderável na vida das pessoas. Em quantas “certezas de comportamentos” são
desmentidas quando o inesperado nos bate à cara.

Tudo começou quando, ao tomar o café da manhã, lembrei de uma amiga querida,
que havia sido assaltada a mão armada, em pleno Rio de Janeiro e reagira ao
assalto. Quanta estupidez! É amplamente divulgado pelos especialistas em
segurança pública que reagir a um assalto é a pior atitude a se tomar quando
somos escolhidos a presa da vez pelos delinquentes. E ela sabia disso. Por
ironia do destino, ela falava constantemente que se um dia fosse assaltada,
reagiria com tranquilidade e entregaria tudo que o bandido ordenasse. Que o
importante era sair com vida. Mas ela reagiu. Deu duas “bolsadas” no ladrão
armado. Ele só a empurrou no chão e levou sua bolsa. Nenhum tiro disparado.
Sorte dela que o destino a salvou de virar estatística.

Mas por que será que ela reagiu de forma tão diferente da que passou a vida
inteira dizendo que faria? Por que será que em certas situações de
imprevisibilidade deixamos a emoção falar mais alto do que a razão e tomamos
atitudes questionáveis? E você, o que faria se tivesse um revólver apontado
para cabeça? Está certo de sua resposta?

E se o destino te reservasse algo ainda mais inusitado? Já pensou como
reagiria se descobrisse, em um exame de rotina, uma grave doença, como HIV ou
uma metástase corrosiva, por exemplo? Segundo o site de terapia online Vittude,
o paciente que descobre ser soropositivo (HIV), tende a sentir vergonha, culpa,
medo de morrer ou depressão. Como você reagiria a um diagnóstico tão inesperado
e assustador? E se fosse um filho, marido ou esposa o paciente portador do
vírus ou do câncer corrosivo? Se sente emocionalmente capaz de enfrentar
situações tão drásticas e imprevisíveis?

Lembrei-me de outro amigo que dizia, pasmem, que se o filho (o garoto tinha
7 anos à época) fosse gay, preferia que o mesmo morresse. Eu que costumo me
preocupar muito mais como meus filhos irão fazer uso do cérebro do que do ânus,
do coração do que das coxas, fiquei horrorizado. Mas confesso que não sei como
reagiria emocionalmente, se, de uma hora para outra, um deles resolvesse mudar
de sexo. Se transformar.

Segundo psicólogos, algumas pessoas, por uma vasta variedade de motivos,
parecem não conseguir frear alguns comportamentos impulsivos. Isso talvez
explique o comportamento inesperado da minha amiga em relação ao assalto. É
algo imediato. Matéria da revista Super Interessante afirma que “Todos os
reflexos humanos são involuntários”. E você, já parou para pensar como reagiria
se um desses fatos inesperados batesse à sua porta hoje?

Qual seria a sua primeira reação se ganhasse muitos milhões na loteria? Boa
sorte! Já jogou?

 

 

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