Privatizações, reformas e independência: a economia de Felipe D’Ávila

Felipe D'Avila é o candidato do Novo à presidência da República
Reprodução/Partido Novo

Felipe D’Avila é o candidato do Novo à presidência da República

Se o setor privado está cada vez mais presente em rodas de negociações em Brasília, o possível governo do candidato do Novo, Felipe D’Ávila, deve acentuar a participação do empresariado no Palácio do Planalto e usar o empreendedorismo para reduzir a pobreza no país. As medidas estão em um documento enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pela campanha do candidato.

Para chefiar a equipe econômica da campanha, D’Ávila nomeou Marina Helena, economista e ex-diretora de Desestatização do Ministério da Economia entre 2019 e 2020. Marina foi uma das responsáveis pelo início do processo de privatização da Eletrobras, vendida ao setor privado em maio deste ano.

E as privatizações são uma das maiores bandeiras do partido de Felipe D’Ávila e uma das principais propostas do candidato para o primeiro ano de governo. Entre os alvos está a Petrobras.

Em entrevista ao iG, Marina Helena explicou que o Estado precisa ter como objetivo a facilitação de serviços à sociedade em que o setor privado consegue fazer com ‘menor custo e maior qualidade’. A economista exemplificou empresas petroleiras que dão resultados em outros lugares no mundo e prevê a queda no preço dos combustíveis com a venda da Petrobras.

“Sim, é uma pauta que a gente defende prioritariamente. Qual deve ser o foco do estado? Ser aquilo que o setor privado, vamos dizer assim, é incapaz de oferecer com maior qualidade e menor custo. Aquilo que o setor privado é capaz de fazer com maior qualidade e menor custo para sociedade não faz nenhum sentido o servidor público ir. Inclusive no caso da Petrobras. A gente vai ver que tem um monte de empresa que é privatizada e nesses lugares inclusive os combustíveis são mais baratos”, afirma.

“O custo de refino no Brasil é cerca de dez vezes maior que a média dos outros lugares. Foram anos de investimentos completamente errados feitos e isso fez com que a empresa ficasse superendividada”, completou.

Felipe D’Ávila promete abrir o mercado brasileiro para reduzir o atraso tecnológico do país e melhorar a eficiência industrial do país. O candidato ainda promete reduzir impostos sobre importações e melhorar a imagem do país no mercado externo.

A chefe da equipe econômica do candidato ressaltou que a medida também ajudará a reduzir o desemprego o Brasil.

“Não adianta nada o desemprego cair e a inflação subir. O desemprego tem que cair e ter um aumento da produtividade da economia. E a maneira de fazer isso de forma sustentável é não atrapalhando o setor privado, que é quem gera oportunidade de emprego e renda. Uma alternativa é a abertura da economia e a reforma tributária”.

O possível governo D’Ávila avalia agilizar a tramitação da Reforma Tributária, já em discussão no Congresso Nacional, para facilitar a tributação de empresas e reduzir os impostos cobrados no país.

“Ela é uma das mais fundamentais. Entre os emergentes, somos o país que mais tributa, isso significa que a gente perde competitividade em relação aos outros países para crescer e gerar oportunidades”.

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Marina Helena é responsável por chefiar a equipe econômica de Felipe D'Ávila
Reprodução/redes sociais

Marina Helena é responsável por chefiar a equipe econômica de Felipe D’Ávila

“Não pode aumentar a carga tributária e precisamos colocar um freio nesse aumento de gastos. Isso é superimportante. E aí entra toda a questão da eficiência do estado. O segundo ponto é padronizar impostos nos estados, nos municípios, para não termos alíquotas tão diferenciadas”, disse, atacando outros governos que prometeram fazer a reforma em tributos, como Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma Rousseff, Michel Temer e Jair Bolsonaro, mas não conseguiram tirar as ideias do papel.

Auxílio Brasil e Teto de Gastos

Ao ser questionada sobre o pagamento do Auxílio Brasil, a chefe da equipe econômica do candidato do Novo não deu detalhes sobre valores, mas garantiu a necessidade de reinserir os beneficiários no mercado de trabalho. Marina Helena explicou que a proposta deve colaborar para a redução do nível de desemprego no país e deve ser efetivada em parcerias com o setor privado.

“Eu acho que o governo precisa dar condições para essas pessoas não serem tão dependentes do assistencialismo. Você precisa ter certeza de que as pessoas têm condições dignas. Pessoas passarem fome não é aceitável como sociedade. O custo [de um programa assistencial] é baixo. A primeira coisa [que se deve fazer] eu acho que é atrelar essas políticas assistencialistas, como o Auxílio Brasil, a programas capazes de tirar as pessoas dessa situação, conseguir reinserir [esse público] no mercado de trabalho”, afirma.

Marina lembrou da queda do poder de compra da população com a alta da inflação e disse acreditar que o índice deve cair nos próximos anos. Ela garante que Felipe D’Ávila cumprirá o tripé macroeconômico (inflação, meta fiscal e câmbio), além de rever as dívidas do país para respeitar o teto de gastos.

“Muito importante rever os nossos gastos. O grande mérito do teto de gastos foi de abrir conversas e ver quais os gastos como sociedade que são essenciais e quais aqueles que não fazem nenhum sentido. Importante levar uma urgência pro Congresso Nacional e eu acho que o Executivo tem esse papel de trazer essa discussão, né? Essa série de gastos que não fazem sentido”, declarou.

O candidato

Felipe D’Ávila é cientista político e se candidata pela primeira vez a um cargo público. Ele é empresário e um dos fundadores do Centro de Liderança Pública (CLP).

D’Ávila declarou R$ 24,6 milhões em bens à Justiça Eleitoral, sendo o candidato com maior patrimônio entre os presidenciáveis. No valor, está embutido a participação acionária em cinco empresas, além de duas casas e investimentos feitos em renda fixa e ações.

Tem o deputado federal Tiago Mitraud, também do Novo, como seu vice na chapa pura do partido.

Fonte: IG ECONOMIA

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