Pré-candidatos avaliam como será a campanha à prefeitura de Rio Branco

As restrições sanitárias impostas pela pandemia concorrem para a criação de um cenário inédito nas eleições deste ano. É o que acreditam os pré-candidatos à prefeitura de Rio Branco, consultados pelo oacreagora.com. As opiniões quanto à manutenção ou não do calendário eleitoral se dividem. Uns querem a continuidade dos prazos, outros não. Mas há uma convergência: todos acreditam que as redes sociais serão fundamentais à vitória.  

Enquanto o Congresso Nacional não se posicionar sobre as datas do pleito eleitoral de outubro deste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) segue com a programação normal para os eventos de campanha. O ex-juiz eleitoral Pedro Longo, pré-candidato a prefeito de Rio Branco pelo PV, discorda dos prazos. Para ele, a eleição deveria ser adiada.

“Como se faz eleição sem visitar os eleitores?”, indagou.

Ao contrário de Longo, o ex-deputado estadual e pastor Jamyl Asfury (PSC) defende a manutenção do calendário, por acreditar que até outubro a vida já terá voltado ao normal. E se houver necessidade de adiamento, que seja até no máximo dezembro de 2020.

“Terminados os prazos de restrições acerca da pandemia, como pré-candidato a prefeito de Rio Branco retomarei as visitas e utilizarei bastante as redes sociais”, afirmou.

Já o tucano Minoru Kimpara acredita no ‘achatamento da curva [do contágio] na capital”. Se isso ocorrer, sob o controle do número de infectados, “talvez seja possível pensar no calendário para a eleição desse ano”, conforme respondeu.

A atual prefeita Socorro Neri (PSB) preferiu não comentar as questões formuladas pelo site. Ela se diz sobrecarregada de trabalho, dedicada que está a contornar os estragos causados pela pandemia. E alega não ter tomado ainda uma decisão sobre se será candidata à reeleição.

“Sinceramente, não tive tempo de pensar a respeito”, disse.

Para o deputado estadual Roberto Duarte Júnior, pré-candidato pelo MDB, sem ‘nada definido ainda sobre as eleições deste ano’, tudo será ‘muito novo’ para todos os postulantes a cargos eletivos e também para os eleitores.  

“Acredito na força das redes sociais principalmente nesse momento”, respondeu.

Estreante na política partidária, o empresário Jebert Nascimento concorda com a previsão de ineditismo no pleito deste ano. E dá uma pista sobre o que fará a diferença na disputa: “As pessoas que vierem com propostas inovadoras, de melhoria na gestão e com projetos ousados, sem apadrinhamento de políticos da velha guarda, com certeza se destacarão”, afirmou.

Para Jamyl Asfury, o que fará a diferença nesse momento é o tamanho da projeção do postulante.

“Quem tem liderança e trabalho político sai na frente. Os desconhecidos e aqueles que não têm apoio governamental terão mais dificuldade”, argumentou.

Falar em eleições neste momento de pandemia é quase um tabu entre os pré-candidatos. Além da atual prefeita, que não respondeu às perguntas de forma direta, Pedro Longo e Minoru Kimpara foram cautelosos em comentar o assunto.

“Fico até constrangido em falar em eleição no momento de crise que estamos vivendo”, disse Longo por telefone.

Por mensagem de texto, Kimpara argumentou que “o foco, nesse momento, é salvar vidas”.   

O que eles disseram:

Jamyl Asfury

Foto: reprodução

“Essa campanha será diferente de tudo que já vimos até hoje, por isso é difícil fazer aqui qualquer previsão.

Quem tem liderança e trabalho político sai na frente. Os desconhecidos e aqueles que não têm apoio governamental terão mais dificuldade, mas ainda assim prefiro que seja mantido o calendário atual. Caso haja prorrogação, minha opinião é que não deixe de ser neste ano de 2020, teremos até dezembro pra que as eleições aconteçam”.

Roberto Duarte Júnior

Foto: reprodução

“Não temos nada definido ainda sobre as eleições deste ano, mas acredito que será um ano muito atípico por causa do momento que estamos vivendo. Será tudo muito novo para todos nós pré-candidatos e eleitores. Acredito na força das redes sociais principalmente nesse momento”.

Socorro Neri

Foto: reprodução

Muito trabalho aqui. Sinceramente, não tive tempo de pensar a respeito. Ainda não tenho decisão sobre a candidatura.

Jebert Nascimento

Foto: arquivo pessoal

“A campanha deste ano será realmente diferente de todas que já existiram. Este novo momento de pandemia será um aprendizado. O uso da tecnologia, que vem ganhando cada vez mais espaço nos últimos anos, será essencial já que é possível não haver reuniões de forma pessoal. Quem tem o poder da máquina pública na mão já leva uma certa vantagem na disputa. Mas, em compensação, devido a todos os desgastes que vem ocorrendo no sistema político adotado em Rio Branco, creio que haverá um espaço palpável para outras vertentes de propostas e pensamentos, a falta de infraestrutura, saúde, segurança e crise econômica colaborarão para isso”.

Minoru Kimpara

Foto: reprodução

“Acredito que o momento exige que nossos esforços e energia estejam direcionados ao combate à covid-19. O foco, nesse momento, é salvar vidas.

Mesmo passando esse período de pandemia, o coronavírus ainda vai continuar existindo. As pessoas ainda terão receio desse contato. Imagino que a pandemia provocada pela covid-19 vai impactar nas eleições e também na relação candidato-eleitor. Nesse sentido, as campanhas terão de ser reinventadas”.

Pedro Longo

Foto: reprodução

“A realização das eleições em outubro seria pouco prudente. Acredito que as eleições serão adiadas. E discordo de qualquer ação que coloque em risco a vida das pessoas. De qualquer forma, basicamente teremos uma eleição virtual em um novo mundo”.

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