Por que, afinal, Gladson se indispõe com aliados para apoiar Socorro Neri?

Sacolejo

O anúncio feito nesta quinta-feira (30), sobre a ida do governador Gladson Cameli para o ninho tucano, sob as bênçãos da nacional do partido, deu um tranco no tabuleiro para a sucessão municipal.

Bye, bye

Gladson segue resistindo à ideia de apoiar o ainda correligionário Tião Bocalom para a prefeitura da capital. E por isso teria costurado seu desembarque no (outrora) partido do vice-governador Major Rocha.

Não há vagas

Ocorre que lá, no PSDB, se consolidou o nome do ex-reitor da Ufac Minoru Kinpara para concorrer à sucessão de Socorro Neri. E tão logo divulgado o suposto desembarque de Cameli na sigla, a presidente licenciada e deputada federal Mara Rocha engrossou o pescoço. Mandou avisar a Gladson que ele será expulso caso tente emplacar Neri como candidata.

Implosão

Do outro lado do muro, nas hostes do PSL, Ulysses Araújo deu o recado de que costura sua pré-candidatura a prefeito. O coronel aposentado acredita que a ida de Cameli para o PSDB pode implodir a candidatura de Kinpara.

Pra bom entendedor…

Assim que o governador anunciou sua permanência no Progressistas, e a imprensa passou a divulgar que Bocalom estava rifado das eleições municipais, um membro do partido confidenciou à coluna o seguinte: “No momento certo, ele vai [adiante com a candidatura a prefeito]”.

Na surdina

Por certo Gladson percebeu que não conseguiria submeter o partido aos seus caprichos. E por isso tratou de viajar a São Paulo, onde na noite desta quinta-feira se reuniu com três governadores do PSDB para dar sequência à manobra política. Feito o convite para que ele desembarque no partido de Mara Rocha, este foi aceito de imediato.      

Pergunta que não quer calar

Resta a seguinte indagação: por que, afinal de contas, Gladson se indispõe a torto e à direita com os aliados a fim de abraçar a candidatura de Socorro Neri à reeleição? A resposta não é tão óbvia, e exige reflexão. Vamos a ela.

Negativo

Gladson Cameli foi eleito governador contra o quarto candidato do PT ao governo do Acre, após 20 anos de controle quase absoluto dos companheiros sobre a política local. Tendo vencido a eleição no primeiro turno, deveria ter saído dela consagrado como o grande líder da oposição. Mas não.

Noves fora, zero

Parte por sua inabilidade em conduzir-se no poder, parte pela cobiça dos aliados em tomar-lhe a cadeira, Gladson viu, dia após dia, sua liderança minguar. Sua vitória eleitoral, afinal de contas, foi construída sobre a repulsa ao PT – e não a partir de sua aceitação popular. E o seu entorno parece ter percebido isso bem antes que o próprio governador.

Divisão

Pois bem, uma vez ciente de que sua liderança não é tão sólida quanto gostaria, Gladson calcula que para se manter no topo, precisa impedir que os aliados se aproximem dali. Com qualquer um deles a comandar a prefeitura de Rio Branco, seu poder de barganha seria drasticamente reduzido. Daí a insistência em apoiar a atual prefeita.

Chute nos ovos

A propósito, o conceito de ‘dividir para reinar’ é tão velho que César já fazia uso dele na época do Império Romano. Por aqui, o ninho da pata já andava espatifado antes mesmo de Gladson resolver chutar os ovos.  

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