A Polícia Civil do Acre concluiu nesta terça-feira (30) a fase estadual da Operação Renorcrim, ofensiva nacional contra o crime organizado que teve como foco principal facções atuantes no estado. A ação foi iniciada no dia 13 de abril, causando um prejuízo financeiro direto de R$ 227 mil às organizações criminosas e resultando no bloqueio judicial de mais de R$ 5,1 milhões.
Coordenada nacionalmente pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), por meio da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (DIOPI), a operação envolveu as Polícias Civis de vários estados. No Acre, foi conduzida pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), com o apoio de unidades operacionais da Polícia Civil nos municípios.
Durante as ações, a polícia cumpriu 12 mandados de prisão, efetuou cinco prisões em flagrante e executou 37 mandados de busca e apreensão. As investigações, iniciadas em 2023, revelaram o envolvimento de facções como Comando Vermelho, Bonde dos Treze e Primeiro Comando da Capital (PCC) em crimes como tráfico de drogas, homicídios, roubo de veículos, extorsões e domínio territorial armado.
Entre os itens apreendidos estão quatro veículos (dois carros e duas motocicletas), entorpecentes como maconha, skunk, cocaína, LSD e ecstasy, uma arma de fogo, munições, balanças de precisão, cerca de mil embalagens zip e materiais usados no preparo e embalo de drogas. Também foram recolhidos R$ 5.613 em espécie, mais de 15 celulares — incluindo um iPhone 16 Pro Max — notebooks, documentos empresariais e uma máquina de cartão.
Além das perdas operacionais, a operação também impactou o sistema financeiro das facções, com o bloqueio de R$ 5.183.328 em contas bancárias ligadas aos investigados. Para o delegado-geral da Polícia Civil do Acre, Henrique Maciel, a Renorcrim representa uma resposta firme do Estado ao avanço das organizações criminosas. Ele afirmou que a ação atingiu o núcleo financeiro das facções, desarticulou lideranças e minou a estrutura que sustenta o crime no estado.
O delegado Pedro Paulo Buzolin, coordenador da Deic, destacou que o sucesso da ofensiva foi possível graças à articulação entre as polícias civis e ao trabalho técnico das equipes locais. Segundo ele, a troca de informações permitiu mapear alvos com precisão e executar as ordens judiciais com eficiência.
A coordenação nacional da Renorcrim ficou a cargo do delegado acreano Getúlio Monteiro, atual responsável pelas ações de repressão ao crime organizado no Ministério da Justiça.