A Polícia Federal no Acre deflagrou nesta quinta-feira (11) a Operação Constantino, que investiga a invasão coordenada de terras da União. As áreas invadidas estão localizadas no sul do Amazonas. A Justiça determinou o sequestro de bens dos investigados no total aproximado de R$ 17 milhões.
Cerca de cem policiais federais cumprem quatro mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão nas cidades de Rio Branco, Manaus e Boca do Acre (AM). Fazendas localizadas nos municípios de Lábrea e Boca do Acre são alvos da operação.
Segundo a PF, servidores públicos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Amazonas auxiliavam a organização fraudando documentos em favor dos grileiros.
As investigações revelaram que a organização criminosa invadiu e se apropriou de mais de 9 mil hectares de terras pertencentes à União, sendo que nestas foi identificada ação de desmatamento que atingiu aproximadamente 4 mil hectares. Os suspeitos são acusados ainda de desmatar e comercializar madeira extraída ilegalmente.
De acordo com a PF, o dano ambiental chega a montante superior a R$ 42 milhões.
Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Federal Ambiental e Agrária da Seção Judiciária do Amazonas.
Constantino
O nome da operação faz referência ao fato histórico denominado “Doação de Constantino”. O episódio se baseia na utilização de documento (édito imperial – 315 D.C) que legitimaria a doação supostamente efetivada pelo Imperador Constantino de vastas áreas de terra na Europa Ocidental à determinada instituição religiosa. Atualmente, as correntes historiográficas são unânimes em afirmar que o referido documento nunca possuiu nenhum grau de autenticidade.