O que se sabe até agora sobre a morte da enfermeira Géssica pela PM

Géssica Melo de Oliveira, enfermeira de 32 anos, foi morta neste sábado (3) em circunstâncias controversas durante uma perseguição policial na BR-317, em Senador Guiomard, interior do Acre. A Polícia Militar e o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) perseguiram Géssica após ela furar um bloqueio policial em Capixaba, cidade vizinha à capital. A versão policial alega que Géssica estava armada, mas familiares e amigos contestam, afirmando que ela sofria de depressão e não possuía arma de fogo.

Nesta segunda-feira (4), o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar possível crime de homicídio doloso.

A investigação do MPAC ocorre independentemente da apuração anunciada pela Corregedoria da Polícia Militar do Acre e pela Polícia Civil.

O promotor de Justiça Vanderlei Batista Cerqueira, nas diligências iniciais, solicitou que sejam enviadas com urgência cópias do auto de prisão em flagrante, do inquérito policial e do boletim de ocorrência. O procedimento deve durar, inicialmente, 90 dias. O objetivo é elucidar os fatos e apurar as responsabilidades.

Versão dos policiais

O coordenador do Gefron, coronel Cleudo Maciel, relatou que um policial avistou Géssica com uma arma e disparou na tentativa de detê-la. O desfecho foi trágico: Géssica perdeu o controle do veículo, adentrou uma área de mata e colidiu com uma cerca. Ela foi encontrada ferida, mas não resistiu, sendo declarada morta ao chegar no hospital de Senador Guiomard.

Uma amiga informou que, ao ser levada ao hospital, os médicos não foram informados sobre os disparos, sendo inicialmente tratada como vítima de acidente de trânsito.

A descoberta de uma pistola 9 milímetros próxima ao local do acidente acrescenta complexidade ao caso. A polícia alega que a arma é de uso restrito das forças armadas e poderia pertencer a Géssica. No entanto, a família nega categoricamente que ela possuísse tal arma.

A investigação está em andamento, com a Corregedoria da Polícia Militar apurando as circunstâncias da morte de Géssica. O caso destaca questões sensíveis, como o uso da força policial, saúde mental e a necessidade de uma análise minuciosa para determinar responsabilidades nas ações que resultaram na trágica morte da enfermeira. O velório de Géssica ocorre no bairro Jorge Lavocat, em Rio Branco, onde ela residia, e o enterro está programado para este domingo às 16 horas.

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