“O autodesenvolvimento é a nossa proposta econômica”, diz Adonis

O município de Cruzeiro do Sul, com 116 anos de história e quase 90 mil habitantes, é um dos lugares onde mais se ressente de uma representação proativa e consequente. Apesar das riquezas existentes neste maravilhoso local, todas elas seguem ainda subexploradas e com administrações voltadas para interesses nada republicanos.

Esta região afortunada padece nas mãos de políticos que não realizam as mudanças necessárias. O município possui localização estratégica quando se trata de exportações e pode atrair inúmeros investimentos como, por exemplo, o desenvolvimento de polos de tecnologia e pesquisa farmacêutica, cosmética e alimentícia, dentre outras tipologias produtivas que podem se adequar plenamente às potencialidades locais.

O candidato a prefeito pela coligação “A Verdadeira Mudança”, Sargento Adonis, propõe criar um novo viés econômico batizado por ele de autodesenvolvimento ou agroindustrialização. Esse modelo forma uma bem definida cadeia produtiva, englobando os três setores da economia, começando com a agricultura. “Os produtos vindos deste setor são processados (indústria) e agregam valor. Por último, eles serão exportados (comércio) gerando divisas para a região”, assim resumiu o candidato.

A proposta é focada em produtos regionais como a mandioca, a banana, o buriti, a cana-de-açúcar e a fruticultura de um modo geral. O papel do poder público seria garantir a infraestrutura adequada e necessária para incentivar a produção em escala maior, bem como criar um ambiente favorável, com incentivos e isenções, para a instalação de indústrias desses produtos. “Se tivermos muita mandioca, teremos fábricas de farinha e de outros derivados dela”, exemplificou Adonis.

Sargento Adonis: proposta de novo modelo econômico para Cruzeiro do Sul

Ele explicou quando o preço da farinha estava baixo (custava R$ 50 reais em janeiro deste ano). “Com uma quadra de cultivo de mandioca é possível produzir 100 sacas de farinha, o que dá uma renda total de R$ 5 mil. A nossa proposta é valorizar o nosso produto agrícola e o trabalho do agricultor, fazendo com que ele trabalhe menos e ganhe muito mais”, disse ele, assegurando que, caso existisse uma agroindústria, poder-se-ia comprar a produção, não sendo necessário o produtor fazer a farinha e ainda faturar R$ 6 mil por quadra.

“Vale Bio”

Sargento Adonis também propõe criar o “Vale Bio”, que é uma alusão ao que fizeram no Vale do Silício americano, uma região que alcançou um gigantesco desenvolvimento, com destaque global, tornando-se o centro de desenvolvimento de tecnologia da informação. “Podemos tornar o Vale do Juruá em um centro mundial de tecnologia da nossa biodiversidade, com os investimentos e direcionamentos necessários. Temos recursos únicos que o potencializam para almejarmos a liderança tecnológica e o desenvolvimento industrial de diversas cadeias produtivas”, justificou.

Ele cita a extração do açaí e outras frutíferas como o abacaxi, o abacate, a laranja e a melancia, bem como o cultivo de hortaliças como a alface, o pepino, a cebolinha e o coentro. “Temos ainda a extração de óleo de espécies florestais como a copiava, a andiroba, o buriti, o patuá, o cocô, o dendê e a madeira oriunda de manejo florestal.

O candidato lembrou também da introdução do café clonal, que, segundo ele, terá grande importância para o futuro do agronegócio na região. “Por fim, podemos intensificar a piscicultura, a criação de aves e suínos alimentando-os com uma ração regionalizada.

A base da indústria mundial, segundo Sargento Adonis, é a biodiversidade e os medicamentos e cosméticos lideram isso. “Podemos trabalhar com a tecnologia ambiental, a bioeconomia, que seria a utilização dos produtos da floresta para alavancar o desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida da população. É possível aliar conservação ambiental com desenvolvimento e equidade social”, disse o candidato.

Água e areia  

“A legislação ambiental dever ser respeitada, mas não podemos atravancar o progresso”, enfatizou o prefeiturável, para quem desenvolvimento é a geração de riquezas com equidade. “O meio ambiente preservado pode se adequar à criação de novos postos de trabalho e geração emprego e renda”.

Sargento Adonis lembra ainda que o município está sobre o aquífero Iça-Solimões, um enorme manancial de água doce, que pode ser exportada e comercializada para o mundo, principalmente com a ligação do Brasil com o Pacífico, através da estrada Cruzeiro do Sul-Pucalpa, o que, de acordo com ele, já uma realidade. “Estamos vivendo uma crise hídrica mundial e possuímos uma gigantesca reserva de água subterrânea”.

O pré-candidato também destacou a qualidade da areia do município. Segundo ele, apropriada para a fabricação de porcelanatos, dentre outros produtos. Existe uma empresa que quer se instalar em Rio Branco. Dispomos de todas as vantagens da Área de Livre Comércio (ALC). Por que essa indústria não vem pra cá?”, questionou ele, que irá fazer, caso seja eleito, uma reforma administrativa e jurídica para atrair investidores.

Turismo

O bioma da nossa região e a cultura juruaense criaram um ambiente propício para o turismo. “Nos meses de junho a setembro, faremos os Festival de Praia e o já tradicional Festival da Farinha. Esses eventos irão criar postos de trabalho e gerar renda”, propõe o candidato, que se compromete em criar a infraestrutura necessária para receber os turistas, além de divulgar o potencial do setor Brasil afora.

Aliado a isso, Cruzeiro do Sul é conhecida como a terra dos balneários. “Temos o Igarapé Preto e as praias do Rio Moa, além o Rio Croa, um lugar que fascina” comentou Sargento Adonis, para quem a beleza exuberante da região e a inigualável hospitalidade da população são os grandes diferenciais.

Quantos aos povos indígenas, que na opinião dele representam diversidade e riqueza cultural, é outra fonte de atração de turistas. Além do povo Katukina, Cruzeiro do Sul é rota de passagem para acessar outros povos indígenas, principalmente as nações de Mâncio Lima e Marechal Thaumaturgo.

Quanto ao turismo religioso, além de possuirmos a segunda maior festa católica da Região Norte, o Novernário de Nossa Senhora da Glória, temos ainda as chamadas “religiões da floresta”. Além de comunidades urbanas e rurais, como sabemos, todos os povos indígenas do Vale do Juruá usam a ayahuasca em seus ritos. Essa bebida atrai centenas de turistas do Brasil e do mundo, movimenta hotéis, barcos, aeronaves e guias turísticos.

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