A nova rotina diante do crescimento dos casos do novo coronavírus no Brasil gerou uma discussão entre políticos e autoridades sobre um possível adiamento das eleições municipais, marcadas para em outubro deste ano.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu, neste domingo (22), o adiamento das eleições pelo Congresso. “Faço aqui até uma sugestão. Está na hora de o Congresso falar: ‘Adia’. Faz um mandato desses vereadores e prefeitos. (Campanha de) Eleição no meio do ano… uma tragédia, porque vai todo mundo querer fazer ação política”, argumentou o ministro durante reunião por videoconferência com prefeitos de capitais.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a falar sobre o assunto no fim da tarde, durante entrevista coletiva para divulgar o balanço de casos de coronavírus no país. Ele defende que o adiamento das eleições seja estudado, se a manutenção delas em outubro prejudicar o combate à doença. Segundo Mandetta, é preciso “nos organizar para que não tenhamos elementos que perturbem a história dessa patologia”. “Tem prefeito pensando em eleição e oposição cobrando medidas mais duras, porque está pensando em eleições. Está na hora de a gente pensar mais nas próximas gerações do que nas próximas eleições”, criticou.
Após a manifestação de Mandetta, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Roberto Barroso, que será o próximo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também se manifestou sobre o tema.
Apesar de afirmar que a saúde pública é o bem supremo a ser preservado no país, Barroso não declarou uma posição clara diante do assunto e buscou mais esclarecer que uma decisão desse tipo cabe mesmo ao Congresso Nacional, devendo ser feita por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). “Não cabe a mim, como futuro presidente do Tribunal Superior Eleitoral, cogitar nada diferente nesse momento”, afirmou.