Jornalista diz que Porto Acre, berço da Revolução, virou ‘cidade-fantasma’

Principal cenário da série Amazônia – de Galvez a Chico Mendes, da Rede Globo, a cidade de Porto Acre amarga o abandono. A denúncia foi feita pelo jornalista e produtor rural Salomão Matos nesta quinta-feira, 6 de agosto, data do início da Revolução Acreana.  

Segundo postagem de Matos na rede social Facebook, não há o que comemorar na data de hoje.

Para o jornalista, a simples decretação de feriado nesta quinta, pelos governos do estado e do município, não passa de ‘hipocrisia’.

“Parte da história foi esquecida e abandonada ao longo do tempo por nossas autoridades”, disse ele ao oacreagora.com.

Em seu post, Matos acusa os atuais mandatários de agir com ‘demagogia’. E chama o município de cidade-fantasma.

“Em sua sede principal e nas vilas, não muito longe – no Pirapora, Caquetá ou Tocantins –, nas quais cidadãos, herdeiros dos revolucionários, amargam o isolamento e o esquecimento dos demagogos, que não respeitaram até hoje o valor dos que deram o sangue para que fôssemos, hoje, volto a dizer, todos acreanos”, diz ele.

Leia a seguir a íntegra do desabafo do jornalista:

Revolução Acreana, nada a comemorar

Não podemos celebrar o presente se não valorizamos o passado do que fomos e lutamos

Na data de hoje, 6 de agosto de 2020, no ano de Nosso Senhor, os mandatários do poder estatal e municipal, sem exceção, decretam feriado, em alusão aos nossos heróis que bravamente lutaram (e muitos morreram), para que nós acreanos pudéssemos ser chamados e reconhecidos como brasileiros. Era a Revolução Acreana.

No entanto, sendo mais uma forma de hipocrisia, parte dessa história foi literalmente esquecida e jogada à margem do tempo. Por fim, esqueceram o palco, a nossa amada Porto Acre, onde o sangue derramado ainda aduba este solo.

Não é porque moro aqui em Porto Acre e conheço cada palmo de chão ou as embaúbas que margeiam as águas caudalosas do Rio Acre, que reclamo. Não é somente isso. Exigimos RESPEITO.

Pelo que foram os nossos bravos antepassados, pelo que todos somos hoje e poderemos ser melhores amanhã.

RESPEITO, neste caso, não se restringe a uma data comemorativa, num único dia do ano, quando no berço da Revolução Acreana, o município de Porto Acre, repousa na incoerência do esquecimento e do abandono.

Uma cidade fantasma em sua sede principal e nas vilas, não muito longe – no Pirapora, Caquetá ou Tocantins –, nas quais cidadãos, herdeiros dos revolucionários, amargam o isolamento e o esquecimento dos demagogos, que não respeitaram até hoje o VALOR dos que deram o sangue para que fôssemos, hoje, volto a dizer, todos ACREANOS.

Me perdoem os que não compactuam com minhas palavras. Mas arde em mim, na alma, ver tanto sofrimento e abandono – e justamente onde tudo começou.

Lembremos, então, a Revolução Armada a fim de que possamos fazer uma nova Revolução.

Uma Revolução de Progresso, na qual as pessoas daqui possam ao menos voltar a sonhar e ter orgulho de ser brasileiras, ACREANAS.

Por fim, plagiando agora, nas palavras do General do Exército Brasileiro Rodrigo Octávio Jordão Ramos ” Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Mas muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados de conquistá-la e mantê-la”.

Viva PORTO ACRE! Viva a Revolução que queremos! Essa sim, vai valer a pena comemorar

Sem recuar e sem temer! Desistir jamais!

Eu sou Salomão Matos e 2020 é AGORA!

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