Gladson vai perdendo os dedos na esperança de preservar os anéis

Carimbado nas redes sociais como um puxadinho do PT, o governo Gladson Cameli destoa dos antecessores na capacidade de manter as alianças. A começar pelo próprio partido, do qual ameaça debandar em direção ao PSDB, Cameli tratou de arrumar confusão também no ninho tucano. Bateu de frente, como vimos, com a capitã da sigla, a deputada federal Mara Rocha, tão logo vazou à imprensa a lista de cargos comissionados que ela apadrinhou no governo. Antes, porém, tratou de limpar o DNA do Major Rocha da Segurança Pública, onde deixa agora o PDT do deputado Luiz Tchê encarregado do restante da faxina.

Na base do ‘morde e assopra’, Gladson, após trombar com a deputada, sinalizou ao vice o seu desejo de manter as coisas em paz, ainda que saiba que a rusga pública entre ele e Mara pode fazer a balança do Major pender para o lado dela.

Não há muito que se esperar de um governo cujo timoneiro muda o curso da navegação a todo instante. Gladson conseguiu levar ao extremo o desgaste com seu partido ao insistir no apoio à reeleição da prefeita Socorro Neri (PSB), em detrimento de Bocalom; ensaiou tomar o PSDB, onde acumula mais desgaste por conta disso; conseguiu degradar parte de sua popularidade ao abraçar inúmeros companheiros expurgados pelos eleitores nas urnas; e consolida, cada dia mais, a imagem pública de gestor instável e hesitante.     

Pra piorar, o entorno do governador se engalfinha na disputa pela prefeitura da capital. Por esses dias mesmo vimos a troca de ‘gentilezas’ entre Wherles Rocha e o deputado Roberto Duarte Jr. (MDB), durante as quais um acusou o outro – e vice-versa – de ser mais petista que Jorge Viana.  

E de onde virá a falsa notícia de que o ex-reitor da Ufac Minoru Kimpara acumularia meia dúzia de anos em dívidas de condomínio? Do PT? Duvido muito.

Gladson nunca se mexeu para conter os focos de incêndio entre os aliados – 1) por não ter estatura moral para isso e 2) porque, no fundo, a barafunda o consola. Explico: quanto menos os aliados se entenderem, menor será a chance de que se unam contra ele.

Ocorre que em suas muitas tentativas de manter os anéis, o governador começa a perder os dedos.

No fim das contas, é deles que Gladson vai precisar na hora de apertar o interruptor pra apagar a luz.

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