O sururu armado no União Brasil tem as digitais do governador Gladson Cameli. Sua Excelência prometeu a vaga de vice a Márcia Bittar e, de última hora, a trocou por Alan Rick. Isso todos sabemos. Muitos já intuíam. E pouquíssimos acreditaram que Gladson manteria o que prometeu ao senador licenciado Marcio Bittar.
Falar a verdade, aliás, é o que Sua Excelência menos costuma fazer. Muda de opinião como troca, no pulso, os relógios de luxo. É volúvel. Opinioso. Arrogante. Dissimulado.
Já prometeu asfaltar estrada (entre Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima) com máquinas e recursos da família. Cumpriu parte da promessa com dinheiro público, e a obra virou caso de polícia.
Em três anos e meio de mandato, Sua Excelência esfacelou o bloco que o levou ao Palácio Rio Branco. Desfaz alianças como quem perde dinheiro nos cassinos de Las Vegas.
Isolado, trata de alçar a candidato a senador em sua chapa a figura imponderável de um ex-petista. Ney Amorim está de volta às manchetes, outra vez emerso pelas mãos avermelhadas de Cameli. Ambos já foram da Frente Popular. Ambos evitam falar mal do PT – como o PT também evita atacar o governo companheiro que empregou aliados e paparica Jorge Viana.
Gladson, segundo Bittar, faz um jogo favorável a Jorge. E este nunca posou de opositor a Cameli. Coincidências não existem entre essa gente.
Brigado com o vice Wherles Rocha, rompido com o MDB de Flaviano e execrado por Petecão, Cameli tratou também de passar a perna em Bittar. Com a proximidade que mantém com os companheiros, não é exagero afirmar que traiu o eleitorado.
Se Gladson tem olhos de lince para a política, só o tempo dirá. Enquanto o mundo está ruindo a sua volta, ele dança, come pastel, faz chacota.
Para os bajuladores que o cercam, Gladson é um gênio da política.
Para os antigos adeptos, apenas um político aloprado.