Médicos apresentam ao MPE falhas nas unidades de saúde

Os diretores do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) se reuniram no início da noite de quinta-feira (4) com o Ministério Público Estadual (MPE), por meio de videoconferência, para falar dos problemas encontrados nas unidades de saúde do interior e de Rio Branco. Um documento será encaminhado ao promotor responsável pela fiscalização da saúde, Glaucio Ney Shiroma Oshiro, formalizando as queixas, apresentando de forma detalhada as falhas.

Entre os problemas apresentados estavam a falta de profissionais de saúde e medicamentos para coronavírus (Covid-19) em Brasileia, Feijó e Xapuri, além da necessidade de reforçar o estoque de remédios no Hospital Geral de Cruzeiro do Sul. Na Capital, o problema é a demora para o encaminhamento de pacientes para o Into e a abertura do atendimento ambulatorial para desafogar o Hospital de Urgência e Emergência (Huerb) e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito.

O documento das visitas realizadas pelos diretores do Sindmed-AC apontará ainda outras informações, como, por exemplo, a falta de nutricionista e fisioterapeuta em alguns plantões na UPA Segundo Distrito. Em Xapuri, a falta de laboratório e apenas um plantonista para as consultas feitas de toda população, incluindo os casos de coronavírus, além da falta de medicamentos e ventilador móvel para a transferência de pacientes.

Em Cruzeiro do Sul, os médicos reclamam da falta de reforma de uma ala do Hospital Geral do Juruá, alertaram para a baixa quantidade de medicamentos, cobraram mais um ventilador portátil, exclusivo para Covid-19, além da necessidade de um raio-x portátil, mais bombas de infusão.

“Os colegas pedem mais um ventilador portátil porque existe apenas um para todo o hospital em Cruzeiro do Sul, e em Xapuri os médicos precisam realizar a ventilação manual do paciente em caso de transferência de paciente para Brasileia, com isso eles precisam ficar ambusando durante toda viagem”, reclamou a primeira-secretária do Sindmed-AC, Jacqueline Fecury.

Em Feijó, há meses os profissionais continuam cobrando um curso de intubação e medicamentos. Em Brasileia também faltam remédios e existe dificuldade para fechar a escala, o que está sendo coberta com plantões extra, mas o temor é que não haja o pagamento dos serviços prestados durante a pandemia.

A primeira-secretária do Sindmed-AC, Jacqueline Fecury, afirmou ser preocupante a demora em atender as reivindicações que já foram feitas em reuniões com a gestão. Os membros do Sindicato aguardam um retorno por parte da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) em uma reunião que está marcada para sábado (6).

“Estamos cobrando as demandas e aguardamos o retorno, por isso vamos oficializar o Ministério Público e encaminhar também o documento para a Sesacre que acenou para uma reunião neste sábado”, afirmou Jacqueline Fecury.

Presente na reunião, o representante do Conselho Regional de Medicina (CRM), Marcus Vinicius Yamura, apontou a falta de gestão para que haja a melhora no atendimento.

“Em todas as nossas visitas realizadas, nós verificamos mesmo que é falta de gestão para que possa existir a resolução das falhas. Não existe falta de mão-de-obra, mas é uma falta de organização”, explicou o membro do CRM.

O vice-presidente do Sindicato, Guilherme Pulici, apontou também que a falta de condições de trabalho poderá ser alvo de outra denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT).

“Vamos realizar uma análise de todas as demandas e verificar se existem condições jurídicas para apresentar denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT)”, detalhou o sindicalista.

O representante do MPE, Glaucio Ney Shiroma Oshiro, disse que aguardará o documento do Sindicato para verificar todos as falhas apontadas.

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