Edvaldo Magalhães denuncia falta de políticas habitacionais no governo Gladson Cameli

No plenário da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na sessão desta terça-feira (29), o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) denunciou a falta de políticas habitacionais efetivas por parte do governo do Estado. O parlamentar criticou duramente a recente operação de remoção de moradores da Terra Prometida, uma área de terra do governo do Acre que foi reintegrada ao Estado. Ele destacou ainda a ausência de suporte adequado para essas famílias vulneráveis.

O parlamentar também relatou os detalhes da reunião com os moradores da ocupação, onde ações que lembraram uma “operação de guerra” foram conduzidas para retirá-los à força. Ele mencionou a tristeza e o medo que presenciou nos rostos das famílias que ocupavam a área e que foram alvo dessa ação.

Magalhães ressaltou ainda a contradição do governo Gladson Cameli, que de acordo com ele, havia prometido aos moradores durante sua campanha eleitoral que não seriam removidos. O deputado apontou para as entrevistas e declarações do próprio governador, nas quais ele insistia que os celulares fossem deixados de fora das reuniões para garantir a confidencialidade das promessas feitas.

O discurso também trouxe à tona a exploração das famílias carentes por meio de empréstimos consignados do Bolsa Família, como uma tentativa de completar a construção de suas casas, após terem acreditado nas promessas do governo. Edvaldo Magalhães criticou essa situação, usando a palavra “potoca” – gíria regional para “mentira” – para descrever a enganação.

“Lamento de verdade a falta de uma abordagem mais humana por parte do governo, que mandou remover essas famílias carentes e não foi capaz de oferecer alternativas de moradia para aqueles que foram desalojados. Esse governo não tem sequer uma estrutura de ação social que possa garantir um novo lar imediato para os desabrigados. A única casa construída pelo governador Gladson Cameli foi a casinha do papai Noel que custou aos cofres públicos R$ 560 mil. Neste sentido, faço um apelo a todos os parlamentares para que não ignorarem o sofrimento das famílias afetadas. O acampamento montado por eles em frente à Assembleia é na verdade um lembrete constante das falhas do governo em fornecer uma política habitacional efetiva e adequada”, enfatizou o oposicionista.

Na explicação pessoal, Edvaldo Magalhães retornou à tribuna para falar do anúncio feito pelo governo do Estado de um novo decreto. A medida em questão, segundo o parlamentar, propõe um corte de trinta por cento dos trabalhadores terceirizados.

Para o deputado, um dos pontos mais controversos desse anúncio é o fato de que muitos desses trabalhadores terceirizados já se encontram com salários atrasados. Além disso, surge uma preocupação adicional com relação às empresas que estão enfrentando dificuldades financeiras e não conseguem pagar os salários em dia.

Ainda de acordo com o deputado, com o corte proposto, a situação pode se agravar, uma vez que essas empresas poderão ter dificuldades em cumprir com as verbas rescisórias no caso de demissões.

“Ao invés de buscar soluções para os atrasos, o governo propõe o corte salarial. O contexto por trás desse cenário é uma gestão de finanças públicas que aparentemente perdeu o controle. O que acontece, é que o governo inflou a folha de pagamento como uma estratégia para ganhar eleições e isso acarretou em um aumento dos gastos do governo. A crise atual é a consequência inevitável dessa falta de controle das contas públicas”, disse o parlamentar. 

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