Em um momento em que a maioria dos acreanos passa por dificuldades em decorrência da pandemia de coronavírus, os quatro ex-governadores mais recentes do Acre não têm do que reclamar. Cada um deles deverá receber, entre janeiro e junho (cujo pagamento será feito nos próximos dias), mais de R$ 212,7 mil. Juntos, eles representam despesas que superam a casa dos R$ 850 mil.
Flaviano Melo, Jorge Viana, Binho Marques e Tião Viana formam o quarteto nada fantástico para o contribuinte acreano. A pensão vitalícia a que cada um deles têm ‘direito’ foi fixada, a partir de 2019, em R$ 35.462,22.
Além deles e de outros dois ex-governadores (Nabor da Rocha Junior e Romildo Magalhães), oito viúvas constam da folha de pagamento do estado – sendo uma delas a tia do atual governador Gladson Cameli, Beatriz Barroso Pardo Cameli, viúva de Orleir.
Por ano, esse grupo seleto da política local é responsável por gastos que totalizam mais de R$ 7,8 milhões – o suficiente para construir pelo menos dois hospitais de campanha para tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus.
Gladson foi eleito em 2018 sob a promessa de acabar com as pensões – incluindo a da tia Beatriz.
No ano passado, após muito protelar as medidas de extinção dos benefícios, afinal determinou que os ex-governadores apresentassem defesa no âmbito da administração estatal. Com a decisão de não pagar mais as aposentadoras especiais no fim de 2019, Flaviano Melo, Jorge Viana e Tião Viana recorreram à Justiça.
A pensão então foi restabelecida em janeiro deste ano. E desde então o governo não tocou mais no assunto.