Paciente com múltiplas fraturas agoniza há 33 dias à espera de cirurgia no PS

O produtor rural Tiago da Silva Simão, de 26 anos, aguarda cirurgia no Pronto Socorro de Rio Branco há 33 dias. Vítima de um acidente de trânsito na cidade de Sena Madureira, ele está com o fêmur, joelho e braço quebrados. Os médicos dizem não haver material para o procedimento cirúrgico. E com isso o tempo passa sem que ele receba os cuidados necessários.

Segundo a irmã do agricultor, Kelly da Silva Simão, 37, a direção do PS não dá explicações sobre a demora. Ela e os pais, já idosos, se revezam no leito em que Tiago está internado. Como ele não tem como se locomover, as necessidades fisiológicas são feitas em cima da cama, com uso de fraldas descartáveis compradas pela família.

“Meu irmão está há 33 dias sem tomar banho. Nós é que cuidamos da higiene dele”, disse Kelly à reportagem do oacreagora.com.   

O medicamento para amenizar as dores de Tiago também tem sido comprado pelos familiares, uma vez que a Dipirona precisou ser substituída após o surgimento de uma alergia. Não há paracetamol no Pronto Socorro, conforme informado aos parentes de Tiago.  

Paciente tem fraturas no joelho, clavícula e braço direito/Fotos: cedidas

Morador da Colônia Terra Alta, no Rio Macauã, no município de Sena Madureira, Tiago trafegava pela cidade em uma motocicleta quando foi colhido por um ‘carro branco’ (a única lembrança que ele guarda do momento antes de desmaiar), cujo condutor se evadiu após a colisão.

Transferido para a capital no dia 1º de novembro, ele teve que deixar na colônia onde mora a esposa e a filha recém-nascida.  

O peso do abandono

Kelly diz sentir ‘todo o peso do abandono’ a que a família foi relegada no Pronto Socorro. Os médicos repetem, diariamente, que é preciso aguardar. Conforme costumam repetir, não há material para a cirurgia.  

A transferência de Tiago para a Fundação Hospitalar chegou a ser cogitada no início, o que não ocorreu. Desde então, as informações cessaram.

Kelly diz ter procurado, dias atrás, uma assistente social para pedir que intercedesse pela família. Ela prometeu conversar com a direção do hospital e o assunto morreu ali mesmo.

“Meu irmão chora muito, está cada dia mais magro. Se alguma coisa não for feita, ele vai morrer”, se desespera Kelly.

O outro lado

A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde (Sesacre) foi questionada sobre o assunto no começo da manhã desta quinta, e se comprometeu a consultar a direção do Pronto Socorro e dar retorno. No entanto, até a publicação desta matéria, não havíamos recebido resposta.

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