O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou um aumento de 2,2% em março, desconsiderando os efeitos sazonais. Esse é o terceiro aumento consecutivo, conforme dados divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, destacou um ponto relevante em relação ao comportamento do indicador no ano anterior. Houve uma queda de 2,7% em relação ao mesmo período de 2023. Ele sugeriu que, em uma análise de curto prazo, os empresários demonstram preocupação com as condições macroeconômicas do país, bem como com as condições setoriais em que operam.
Tavares ressaltou que, apesar disso, os empresários mostram otimismo em relação ao futuro, refletido nas expectativas de médio e longo prazos.
A confiança dos empresários em relação às condições econômicas atuais apresentou um crescimento de 6,6% em março em comparação com o mês anterior.
Além disso, a confiança dos empresários do comércio melhorou em todos os três grupos de lojas varejistas pesquisados. Com ajuste sazonal, o segmento de produtos essenciais registrou o maior crescimento mensal, com um aumento de 3,4%. O setor de vestuário, tecidos e calçados teve um aumento de 1,3%, seguido pelos produtos duráveis, que avançaram 1,1%.
O aumento da confiança no comércio, de 3,8%, está relacionado ao progresso contínuo do comércio varejista em geral, que cresceu 2,4% em janeiro, indicando uma melhoria ao longo dos últimos 12 meses.
O item de Expectativas do Icec também melhorou em março, com um aumento de 1,6%, sendo o único subindicador com uma taxa anual positiva de 0,6%. Isso sugere uma perspectiva mais favorável para o futuro, apesar de avaliações menos positivas sobre o presente em comparação ao ano anterior.
Apesar dos resultados positivos, a avaliação dos consumidores aponta para cautela. A pesquisa indica que as famílias enfrentam dificuldades crescentes para acessar crédito e uma desaceleração no mercado de trabalho, o que tem impactado negativamente na intenção de consumo.