O avião EMB-720C, prefixo PT-EOS, que ultrapassou os limites da pista ao tentar pousar no município de Envira (AM) nesta segunda-feira (9), já se envolveu em outros dois acidentes nos últimos anos. A aeronave havia saído de Feijó, no Acre, transportando carga, e pertence à empresa Aerotur Táxi Aéreo, registrada no Pará. Fabricado em 1977, o avião está com a documentação regularizada e tem autorização para operar como táxi aéreo, segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB).
Apesar disso, o histórico da aeronave registra dois incidentes com danos substanciais, ambos com investigação oficial do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Em 12 de janeiro de 2010, o avião tentou pousar em uma pista interditada no aeródromo de Gurupá (PA) e colidiu com uma elevação próxima à cabeceira. A roda do trem de pouso principal foi arrancada no impacto, e a aeronave acabou saindo da pista após uma tentativa de arremetida. Nenhum dos cinco ocupantes se feriu, mas o relatório apontou falhas operacionais como aplicação inadequada de comandos, indisciplina de voo e ausência de supervisão.
Sete anos depois, em 23 de setembro de 2017, o mesmo avião enfrentou uma pane no motor logo após decolar de Envira rumo a Tarauacá (AC). O piloto realizou um pouso de emergência em uma praia do Rio Envira. Houve quebra do trem de pouso dianteiro e danos à fuselagem, mas novamente os dois ocupantes saíram ilesos. A investigação não identificou falha mecânica clara no motor.
O modelo EMB-720C Minuano, uma versão brasileira do Piper PA-32 Cherokee Six, é equipado com motor a pistão e projetado para operar em pistas curtas e não pavimentadas, comuns na região amazônica.