AVC: como agir rápido e prevenir uma das principais causas de morte

Dia Mundial do AVC, celebrado em 29 de outubro, chama atenção para uma das emergências médicas mais graves e prevalentes: o acidente vascular cerebral. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, mais de 12 milhões de pessoas sofrem um AVC por ano em todo o mundo.

No Brasil, são mais de 100 mil mortes anuais atribuídas à condição, que também representa a principal causa de incapacitação em adultos. Essa doença, também chamada popularmente de derrame, pode ser causada por sangramento ou, mais comumente, pelo entupimento de vasos do cérebro.

Reconhecer os sinais pode salvar uma vida

O tempo é o principal fator para o sucesso do tratamento. Quanto mais rápido o atendimento, maiores as chances de recuperação com menos sequelas. Por isso, campanhas de conscientização reforçam a importância de reconhecer os sinais de alerta, como fraqueza súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar ou compreender a fala, boca torta, perda de equilíbrio ou dor de cabeça intensa e repentina. A recomendação é clara: diante de qualquer um desses sintomas, mesmo em dúvida, é essencial buscar socorro imediatamente.

Nos últimos anos, a medicina tem avançado de forma expressiva no atendimento ao AVC. A tomografia do crânio é um exame simples e essencial que deve ser feito o quanto antes, para orientar as primeiras medidas do tratamento conforme o tipo de AVC, isquêmico ou hemorrágico.

Exames adicionais, como a angiotomografia e a ressonância magnética, ajudam a identificar detalhes sobre as causas e doenças associadas, orientando a conduta adequada. No caso do AVC isquêmico, que representa a maioria dos casos, tratamentos como a trombólise intravenosa e a trombectomia mecânica têm se mostrado eficazes na restauração do fluxo sanguíneo no cérebro, desde que realizados dentro do tempo ideal, com melhores resultados quanto mais cedo forem feitos.

Por conta da necessidade de recursos avançados de tratamento, é importante tentar levar o paciente a um centro hospitalar com mais estrutura, que tenha, no mínimo, tomografia. Postos de saúde e a maioria das UPAs, nesses casos, não têm os recursos necessários, e tempo pode ser perdido na transferência do paciente.

O papel da prevenção e da informação

Mesmo com os avanços tecnológicos, o AVC continua sendo uma doença amplamente prevenível. Hipertensão, diabetes, colesterol elevado, sedentarismo, tabagismo e estresse são os principais fatores de risco modificáveis. A adoção de hábitos saudáveis, o acompanhamento médico regular e o controle de doenças crônicas são medidas fundamentais para evitar o primeiro episódio e também para prevenir recorrências.

O Dia Mundial do AVC é, acima de tudo, um chamado à responsabilidade coletiva. É preciso investir em campanhas de conscientização, acesso rápido ao atendimento especializado e políticas públicas de prevenção. Com informação, agilidade e cuidado, é possível salvar vidas e reduzir o impacto devastador que o AVC ainda provoca em milhares de famílias todos os anos.

*Texto escrito pelo neurocirurgião Cesar Cimonari de Almeida (CRM/SP 150620 | RQE 66640) e membro da Brazil Health

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