Anos 60… Toda a magia de uma década transformadora

Os anos 50, chamado anos dourados, chegaram ao fim deixando como herança o rebolado frenético de Elvis Presley e a bossa nova de Tom Jobim, Vinícius de Morais e João Gilberto. Nascia então uma década mágica. E não estou falando apenas de música, o que já seria o bastante para um livro, como fez Andrew Grant Jackson em O ano mais revolucionário da música 1965.

 Na política, vários países ocidentais deram uma guinada à esquerda no início da década. Com a vitória de John Kennedy nos EUA em 1960, a colisão de centro-esquerda na Itália em 1963 e dos trabalhistas no Reino Unido em 1964. No Brasil, João Goulart foi o primeiro presidente trabalhista, com a renúncia de Jânio Quadros em 1961. Jango, como era chamado Goulart, foi arrancado da presidência em 1964 pelo golpe militar, dando origem ao subterrâneo da história política brasileira.

  Durante toda a década de 60, o mundo assistiu depressivo, a guerra do Vietnã, que matou mais de 1milhão e meio de pessoas. Foi também nos anos 60 que o homem chegou à lua, em 1969, com Neil Armstrong em seu Apollo11. O muro de Berlim, uma construção feita para segregar pessoas, também foi dessa época, em 1961.

Imagem/internet

  Voltando ao assunto do nosso primeiro parágrafo, foi nos anos 60 que a humanidade foi presenteada com o sucesso dos THE BEATHES. Para muitos a melhor banda de todos os tempos. Antes dos meninos de Liverpool, nenhum outro músico ou banda havia ultrapassado os oceanos e se popularizado no mundo todo. Foi essa década que também nos deu de presente, Bob Dylan, Rolling Stones, The Doors, Jimi Hendrix, Janis Joplin, Pink Floyd, Creedence e uma vastíssima seleção musical, que precisaríamos de uns 3 ou 4 artigos para que não fôssemos injustos com uma centena de músicos espetaculares que os anos 60 nos ofertou.

The Beatles. Imagem/internet

  Aqui, no nosso quintal, não ficamos para trás. Muito pelo contrário. O Brasil mostrou ao mundo nessa década o seu melhor tempero musical até os dias de hoje. Veio daí a inesquecível Jovem Guarda, liderada pelo rei Roberto Carlos e seu inseparável Erasmo. A Tropicália de 1967, que teve como seus maiores expoentes, Torquato Neto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e os Mutantes, da sensacional Rita Lee, também nasceu nessa década fascinante. Um ano antes do surgimento da Tropicália, foi lançado o primeiro LP do genial Francisco Buarque de Holanda. Uma década riquíssima em talento musical, criatividade poética e letras de protesto no Brasil e no mundo.

  No meio a tudo isso, nascia em São Francisco, Califórnia o movimento hippie, pregando o amor livre, o respeito à natureza, ao pacifismo e a uma vida simples, sem preocupações consumistas. Incentivavam o consumo de drogas a fim de abrir a mente e aguçar a criatividade. Com a defesa à liberdade sexual, ajudou na discussão de temas referentes à homossexualidade. O grande marco do movimento hippie foi a realização do festival de Woodstock em Nova York no ano de 1969.

  No futebol, os anos 60 também nos foram bastante generosos. A seleção brasileira que já era considerada a melhor do mundo, conquistou o bi campeonato em 1962, regida pelo fabuloso Manoel Francisco dos Santos. O nosso Mané Garrincha. No futebol sul-americano, quem “dava as cartas” era o Santos do rei Pelé, conquistando nesse período, entre outras taças, 6 campeonatos brasileiros, 2 libertadores e 2 mundiais.

  Para muitos, os anos 60 serão lembrados como um período de opressão, guerra fria e tortura. Para outros a década das grandes transformações, da magia e do amor. Incontestavelmente a era das grandes mudanças sociais, políticas, esportivas e culturais. A década que transformou sonhos em magias, músicas em protestos, anos dourados em anos de chumbo, que exalou criatividade, inquietação e amor. Anos 60, felizes são aqueles que o sentiram.  

Artigo publicado no site Diário do Acre em 07/05/2019  

Gostou deste artigo?

Facebook
Twitter
Linkedin
WhatsApp

© COPYRIGHT O ACRE AGORA.COM – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. SITE DESENVOLVIDO POR R&D – DESIGN GRÁFICO E WEB