Alimentos com proteínas fortificadas pode prejudicar a saúde, diz estudo

Alimentos processados com proteínas adicionadas, frequentemente associados a benefícios como ganho muscular e maior longevidade, nem sempre são tão saudáveis quanto parecem. Um estudo da Universidade Miguel Hernández, na Espanha, publicado na revista Nutrients, analisou a qualidade nutricional desses produtos e encontrou altos níveis de ingredientes prejudiciais à saúde, como açúcar, sal e gorduras saturadas.

Os pesquisadores avaliaram 4.325 alimentos processados de 12 categorias diferentes, utilizando dados do banco oficial do governo espanhol. Cerca de 13% desses produtos exibiam alegações sobre proteínas em suas embalagens. As carnes vegetais, barras proteicas e substitutos de sobremesas lácteas lideraram no uso dessa publicidade, enquanto biscoitos e bebidas de frutas ficaram fora desse padrão.

No total, 60,4% dos alimentos analisados tinham proteínas fortificadas, com maior incidência em barras de proteína e carnes à base de plantas, onde cerca de 90% continham a adição. Substitutos de leite e sobremesas lácteas apresentaram menor frequência dessa fortificação.

Apesar do alto teor proteico, os pesquisadores observaram contradições nutricionais preocupantes. Por exemplo, as barras de proteína tinham 82% menos açúcar que suas versões comuns, mas, em contrapartida, continham 48% mais gordura saturada. Já os leites fortificados com proteínas apresentaram menos açúcar, mas mais gordura total.

Com base em um modelo da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), 90,8% dos produtos com proteínas adicionadas foram classificados como “menos saudáveis”. Em comparação com alimentos sem a adição, esses produtos continham 17% mais itens considerados prejudiciais, como gorduras, sódio e adoçantes.

O estudo alerta que os consumidores devem olhar além das promessas proteicas destacadas nas embalagens. Embora esses produtos tenham menos açúcar e gordura saturada, a presença de outros ingredientes prejudiciais pode comprometer os supostos benefícios à saúde.

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