Advogado diz que prisão de Ronaldinho é ‘ilegal’; “não houve má fé”

O advogado brasileiro de Ronaldinho Gaúcho e Roberto Assis, Sergio Queiroz, afirmou que a prisão dos dois no Paraguai é “ilegal”. Em entrevista coletiva realizada hoje (8), em Assunção, ele disse que a detenção dos dois desrespeitou as leis paraguaias.

“É uma prisão ilegal pela qual estão passando os dois. Ilegal porque foram desrespeitadas, a partir de sexta-feira à noite, todas as prorrogativas processuais penais vigentes aqui no Paraguai”.

Queiroz criticou a decisão do juiz de solicitar um novo parecer do Ministério Público paraguaio. Na primeira versão, o órgão entendeu que Ronaldinho e Assis colaboraram com as investigações e, por isso, estariam livres para voltarem ao Brasil.

“A promotoria disse que não poderiam ser liberados para o país. O juiz não fez uma coisa nem outra, entendeu que o processo poderia continuar, mas que não haveria motivo para permanecer em solo paraguaio, não tinha o que investigar. Os próprios admitiram. Investigar mais o quê? Eles [Ronaldinho e Assis] saíram dali prontamente para pegar as malas e voltarem ao Brasil”.

Depois da decisão do juiz, o caso foi assumido pelo promotor Osmar Legal. Ele, então, pediu a prisão dos dois alegando risco de fuga do país. O pedido foi acatado ontem (7) pela juíza de plantão Clara Ruiz Diaz.

“Finalizada a audiência, na calada do dia, por outro promotor a qual foi atribuída a causa, o que é mais uma ilegalidade, foi requerida a prisão dos dois em caráter de plantão. E a prisão preventiva em fase de investigação. Entre a saída do foro e a ida ao hotel para buscar as malas, não levou uma hora e já estava lá a autoridade policial para detê-los. Nunca vi uma petição de cinco ou seis laudas ser elaborada em questão de 15 minutos, para dar mais tempo de 45 minutos e estar em um hotel para prender uma pessoa de novo”, criticou Queiroz.

O advogado de Ronaldinho disse que apresentou as irregularidades que acredita terem sido cometidas ao consulado brasileiro em Assunção. Segundo ele, o cônsul Afonso Nery foi à última audiência e constatou as irregularidades. Ele teria constatado, por exemplo, as dificuldades da defesa para protocolar um recurso que pediria a suspensão do julgamento. A peça não foi protocolada. “Não cabe a mim falar com o governo brasileiro. O cônsul constatou tudo e está passando para o governo (Itamaraty)”, disse ele.

Questionado sobre o passaporte conter a informação de que os dois eram naturalizados paraguaios, Queiroz afirmou que Ronaldinho e Assis deram entrada no processo de naturalização. Por isso, acreditaram que portavam documentos verdadeiros.

“Roberto sabia que tinha solicitado [a naturalização]. Foi lhe oferecido para ter a naturalização de ambos paraguaia para terem o passaporte”, disse Queiroz. Segundo ele, foi explicado a Assis que com a documentação, ele poderia fazer mais negócios no país, o que o levou a aceitar a oferta de naturalização.

“Eles solicitaram, aceitaram a proposta de ter. Ao receber o documento, para eles estavam com o passaporte ok. Tanto estavam com o passaporte ok que, ao chegarem no país, apresentaram o passaporte: ‘queremos entrar, temos um documento, agora temos o documento paraguaio’. Eles poderiam entrar com qualquer outro documento. Eles acreditavam que o documento era lícito”, prosseguiu.

O advogado disse que a defesa vai entrar com todos os recursos cabíveis nas instâncias superiores. O objetivo principal é pedir a anulação da decretação da prisão. Indagado sobre o estado emocional de Ronaldinho e Assis, ele afirmou: “estão revoltados com a prisão ilegal”. O defensor, porém, afirmou que não há queixas em relação ao tratamento que os irmãos recebem”. Ainda segundo o advogado, os dois dividem uma espécie de alojamento e há uma divisória entre eles.

Queiroz adenda, ainda, que o ex-jogador não participou da decisão de pedir o passaporte. “Ele deixa esses assuntos com Assis”, conta.

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