Uma abordagem considerada ofensiva no Mercado do Bosque, em Rio Branco, levou à condenação de Nathane Júlia Almeida dos Santos por homofobia. A sentença, proferida pelo juiz Flávio Mariano Mundim, da 2ª Vara Criminal, estabeleceu pena de um ano de prisão, com a possibilidade de prestação de serviços comunitários em uma entidade que atenda pessoas LGBTQIA+.
O episódio ocorreu em 23 de julho do ano passado, quando o Procurador da República no Acre, Lucas Costa Almeida Dias, estava acompanhado de seu esposo no local. Nathane se aproximou do casal e, em tom irônico, perguntou quantos por cento Lucas seria de “Barbie Girl”, em alusão à sua orientação sexual. A frase gerou um desentendimento que terminou com a prisão da mulher em flagrante por homofobia.
Testemunhas que estavam presentes confirmaram a versão do procurador. Nathane, por sua vez, não negou a fala, mas alegou que se tratava de uma tentativa de interação. “Eu estava sob efeito de álcool e quis fazer amizade. Sempre convivi com pessoas gays, inclusive o padrinho da minha filha. Achei que seria uma brincadeira inofensiva, ainda mais com o sucesso do filme da Barbie na época. Não esperava que eles se ofendessem”, disse durante seu depoimento.
A ré também afirmou que, após o incidente, sua vida foi exposta, com seu nome e foto divulgados na mídia local. “Pensei em procurar Lucas para pedir desculpas. Não sou uma pessoa preconceituosa. Eu só queria quebrar o gelo com eles, mas acabou acontecendo o oposto”, relatou.
Mesmo com a justificativa, o magistrado entendeu que a intenção de brincar não justifica o comentário, que foi interpretado como preconceituoso e desrespeitoso. Por isso, a pena inicial de reclusão foi substituída por prestação de serviços comunitários, com carga horária de seis horas semanais, pelo mesmo período da condenação.