Vídeo mostra atuação da polícia que resultou na morte de jovem em surto

As imagens registradas pela câmera corporal de um policial militar e divulgadas pela RBS TV acrescentaram novas camadas ao episódio que terminou na morte de um jovem de 29 anos, em setembro, em Porto Alegre. O material, entregue pelo advogado da família, mostra toda a movimentação dos agentes desde a chegada ao local até os disparos que encerraram a abordagem. A vítima tinha diagnóstico de esquizofrenia e, segundo parentes, estava em surto no momento da ação.

Nas gravações, os policiais conversam com o rapaz por alguns minutos enquanto ele permanece sentado ao lado da mãe. Em certo momento, ele se levanta, questiona a arma do policial e insiste para que o agente atire. A tensão cresce rapidamente. O jovem é atingido por uma arma de choque e cai no chão. A mãe e a tia tentam contê-lo, mas são orientadas a se afastar. Segundos depois, ocorrem os disparos de arma de fogo.

A reação da mãe é imediata. Entre gritos e desespero, ela diz que chamou a polícia para ajudar, não para matar o filho.

O Samu chegou poucos minutos depois, mas o jovem não resistiu e morreu dentro da própria residência. O registro inicial da ocorrência aponta que a mãe havia solicitado a presença da Polícia Militar por temer a agressividade do filho após o consumo de cocaína. O laudo toxicológico confirmou a presença da droga em concentração considerada extremamente elevada pelos peritos.

A investigação da Polícia Civil, concluída na segunda-feira (10), determinou que os policiais agiram dentro dos protocolos e em legítima defesa. Para a 3ª Delegacia de Homicídios, houve uso progressivo da força, começando pela tentativa de diálogo, seguindo para o uso da arma de choque e, por fim, a força letal diante do que seria uma ameaça direta. Com esse entendimento, não houve indiciamento dos policiais. O inquérito segue sob sigilo e foi enviado à Justiça.

A Brigada Militar também se manifestou. A corporação afirma que a análise das imagens, depoimentos e laudos confirma que a equipe seguiu os procedimentos previstos para situações de alto risco. Segundo a instituição, a combinação entre surto psicótico e uso de cocaína provocou um quadro de extremo descontrole, tornando inviável qualquer forma de contenção que não fosse considerada de maior intensidade. Em nota, lamentou o desfecho.

A família, porém, contesta a conclusão das autoridades. Para os parentes, o pedido de socorro tinha como objetivo conter o surto e preservar a vida do jovem, não resultar em uma intervenção que terminasse em morte.

Fonte: g1

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