A campanha do governo de Donald Trump contra o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro tem punido o Brasil direta e indiretamente. Desde o dia 6 de agosto, todas as exportações brasileiras aos EUA sofrem uma tarifa adicional de 50%, ainda que uma lista de 694 produtos tenha permanecido isenta. Além disso, ao menos 12 autoridades brasileiras e seus familiares tiveram seus vistos de viagem ao país norte-americano revogados.
Nesta sexta-feira, 15, a filha e a esposa do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tiveram seus vistos cancelados pelo Departamento de Estado americano. O passaporte do ministro está vencido desde 2024 e, por isso, não é passível de cancelamento.
A medida foi tomada após Padilha criticar Trump por cancelar o visto de outros brasileiros por conta do programa Mais Médicos. O programa foi criado em 2013, durante a primeira gestão de Padilha no Ministério da Saúde.
Nesta semana, o Departamento de Estado norte-americano também suspendeu os vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, secretário de Atenção Especializada à Saúde, e de Alberto Kleiman, ex-assessor do ministério e atual coordenador da COP30.
Em nota divulgada nas redes sociais, a embaixada dos EUA em Brasília classificou o programa como “um golpe diplomático que explorou médicos cubanos, enriqueceu o regime cubano corrupto e foi acobertado por autoridades brasileiras e ex-funcionários da Opas [Organização Panamericana da Saúde]”.
Além deles, alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) também foram sancionados com a proibição de visitar os Estados Unidos. Segundo Rubio e o próprio presidente Trump, foram alvos da medida aqueles juízes que “censuram a liberdade de expressão protegida nos Estados Unidos.” Veja a lista:
Alexandre de Moraes
Cármen Lúcia
Cristino Zanin
Dias Toffoli
Edson Fachin
Flávio Dino
Gilmar Mendes
Luís Roberto Barroso
Além deles, o procurador geral da República, Paulo Gonet, também teve o visto cancelado. Em julho, o PGR pediu a condenação de Bolsonaro e de outros sete réus do caso que investiga a tentativa de golpe de Estado.