Um levantamento do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre, em parceria com o Sebrae, mostra que o Vale do Juruá concentra os piores índices de vulnerabilidade econômica do estado entre 2022 e 2024. O estudo foi conduzido pelo economista Rubicleis Gomes da Silva, que analisou a relação entre o número de empregos formais e os beneficiários do Bolsa Família em cada município.
Segundo o pesquisador, em grande parte do interior acreano há mais famílias recebendo o benefício do que pessoas com carteira assinada.
O Acre foi dividido em duas regiões para o estudo — o Vale do Acre e o Vale do Juruá. Em algumas localidades, a desigualdade é tão alta que há mais de 40 beneficiários do Bolsa Família para cada trabalhador formal, o que indica forte dependência da economia local em relação ao programa social.
O índice usado na análise, chamado de Índice de Vulnerabilidade Municipal (IVM), mede o grau de dependência das cidades em relação a programas de transferência de renda e o número de empregos formais. Embora tenha havido melhora geral entre 2022 e 2024, passando de 127 para 115 beneficiários do Bolsa Família para cada 100 trabalhadores com carteira assinada, o cenário ainda é preocupante.
No Vale do Juruá, os resultados variam bastante. Cruzeiro do Sul apresentou leve melhora, enquanto Tarauacá teve aumento de mais de 40% na vulnerabilidade. Já Marechal Thaumaturgo e Jordão, apesar de avanços, continuam entre os municípios mais frágeis. Santa Rosa do Purus segue com o pior índice do estado.
O estudo aponta que o isolamento geográfico e a falta de oportunidades formais de emprego são fatores que mantêm as economias dessas regiões altamente dependentes de programas sociais.
