Terra do Abacaxi Gigante, Tarauacá celebra 112 anos

Em pleno noroeste acreano, às margens do rio que lhe dá nome, Tarauacá completa 112 anos nesta quinta-feira (24). Com pouco mais de 43 mil habitantes, o município é um ponto de encontro entre o passado indígena, a força do extrativismo e a esperança de um futuro sustentável.

Conhecida em todo o estado como a “Terra do Abacaxi Gigante”, Tarauacá ostenta mais do que frutas enormes — ostenta raízes profundas. Antes da colonização, o território já era habitado por povos das etnias Iauanauá e Catuquina, que até hoje mantêm vivas suas línguas, rituais e formas de viver em dezenas de aldeias espalhadas pela região.

Erguida oficialmente em 1913, a cidade nasceu no encontro dos rios Tarauacá e Muru, mas cresceu com a chegada de nordestinos, libaneses e outros imigrantes, que moldaram sua arquitetura, festas e sabores. Essa mistura cultural está em cada esquina — das feiras livres às igrejas centenárias.

No calendário de eventos, o destaque é o Festival do Abacaxi, realizado em setembro. Mais que uma festa, é uma vitrine da potência agrícola local. Alguns frutos chegam a pesar mais de 15 quilos. O evento movimenta o comércio, atrai visitantes e celebra o orgulho de uma cidade que se reinventa entre a tradição e a inovação.

A economia gira em torno do extrativismo, da agricultura familiar e de pequenas indústrias, mas é na floresta que boa parte da vida acontece. Tarauacá abriga parte da Reserva Extrativista do Alto Tarauacá, um território protegido onde comunidades vivem do que a natureza oferece — com o compromisso de não destruí-la.

Nos últimos anos, o município passou a investir em infraestrutura, saúde e turismo, buscando alternativas ao modelo tradicional. O potencial para o etnoturismo cresce, especialmente em áreas como a Reserva Riozinho da Liberdade, onde trilhas, praias e aldeias abrem caminhos para quem busca mais do que paisagens — busca histórias.

Ainda assim, os desafios persistem. A pressão sobre a floresta colocou Tarauacá na lista de áreas prioritárias para o combate ao desmatamento na Amazônia. É um lembrete de que, por trás da beleza natural e das festas populares, existe a urgência de equilibrar desenvolvimento e preservação.

Com uma das maiores populações do Acre e uma das maiores vocações culturais da região, Tarauacá segue sua travessia. E como os rios que a formam, ela continua em movimento.

Gostou deste artigo?

Facebook
Twitter
Linkedin
WhatsApp

© COPYRIGHT O ACRE AGORA.COM – TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. SITE DESENVOLVIDO POR R&D – DESIGN GRÁFICO E WEB