Sobrevivente de desastre da Rico conta como escapou e o que fez em 20 anos

Nesta terça-feira, 30 de agosto, faz 20 anos que uma aeronave Embraer, de prefixo PT-WRQ, pertencente a empresa Rico Linhas Aéreas, que saiu de Cruzeiro do Sul com destino a Rio Branco, com 31 pessoas a bordo, caiu e ceifou a vida de 23 delas.

Por mais incrível que pareça, alguns sobreviveram à tragédia, entre eles a médica pneumologista Maria Célia Mendes da Rocha, atualmente com 71 anos de idade e em plena atividade profissional.

Doutora Célia nunca casou e não tem filhos, e no dia 30 de agosto de 2022, há exatos 20 anos, ela estava na Cidade de Cruzeiro do Sul a trabalho, pela Secretaria de Saúde do Estado do Acre, e ao entrar no avião para voltar para casa, embarcou na pior viagem de sua vida.

No dia seria realizada uma noite da Feira de Exposições Agropecuárias, a Expoacre, e ninguém podia imaginar o que estava para acontecer. Por não conseguir realizar o pouso, o avião no qual viajava a médica se envolveu em um dos maiores acidentes aéreos da história do Acre.

“Ninguém percebeu nada, e não houve nenhum aviso. Fui resgatada por dois amigos médicos, que foram até o local do acidente. Fui de UTI no ar levada para o Hospital 9 de Julho, em São Paulo, onde fiquei por três meses”, relata.

Em decorrência das sequelas sofridas, Célia diz que teve que reaprender tudo na vida.

Imagem dos destroços da aeronave/Foto: reprodução

“Nesses 20 anos muitas coisas aconteceram, pois houve um renascimento, daí tive que me readaptar a tudo, reaprender tudo, uma tarefa nada fácil, mas recebi esse renascimento como um presente divino”, conta.

O fato de ter sobrevivido ao acidente foi o início de uma nova missão, que consiste, principalmente, em ajudar ao próximo.

“Sou espírita kardecista, sigo os princípios da Doutrina Espírita. Vejo a vida de uma forma positiva e acho que viver é sobremaneira ser humilde, ajudar o próximo sempre que possível, respeitar o ponto de vista de outrem. Enfim, quem não vive para servir não serve para viver”, explica.

Réplica do avião mantida pela médica/Foto: cedida

Por ser alguém que viu a morte de perto, ela deixa uma mensagem para quem tenta ou vive desperdiçando a vida com coisas supérfluas.

“Procure viver da melhor forma possível, tendo como lema a humildade, o amor ao próximo, respeito, resiliência, e aceitar sobremaneira os desígnios de Deus, pois estamos aqui de passagem, não viemos para ficar”, ensina.

Quanto ao futuro, a profissional de saúde fala em predestinação e princípios morais e éticos básicos.

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