Maria Dalvani de Azevedo, ex-diretora da Divisão de Estabelecimentos Penais Femininos de Rio Branco, foi selecionada para integrar um grupo de 66 servidores da Segurança Pública do Acre que participarão, em março de 2025, de um curso promovido pela SWAT nos Estados Unidos. A escolha gerou controvérsia, pois Maria Dalvani está sob investigação por supostos casos de tortura contra detentas no presídio feminino da capital acreana.
As acusações surgiram em novembro de 2024, quando detentas denunciaram maus-tratos na unidade, incluindo a administração indiscriminada de medicamentos controlados. Uma das denúncias aponta que o uso excessivo desses medicamentos pode ter levado à morte de uma interna. O Ministério Público do Acre, através do promotor Thalles Ferreira Costa, coordenador do Grupo de Atuação Especial na Prevenção e Combate à Tortura (Gaepct), instaurou um inquérito para apurar os fatos e a possível responsabilidade da ex-diretora.
Em resposta às denúncias, o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) defendeu Maria Dalvani, afirmando que todas as medicações foram administradas conforme prescrição médica. Apesar da investigação em andamento, ela foi incluída no grupo de servidores selecionados para o treinamento da SWAT, unidade de elite norte-americana especializada em operações de alto risco. Os servidores escolhidos, provenientes das polícias Militar, Civil e Penal, além do Corpo de Bombeiros, foram recebidos no Consulado Americano em Brasília no dia 12 de fevereiro, onde obtiveram seus passaportes e vistos para entrada nos EUA.
A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e a Representação do Governo do Acre em Brasília (Repac) coordenaram a logística para o envio dos servidores à capital federal e organizaram o atendimento no consulado. O curso da SWAT tem como objetivo aprimorar as habilidades operacionais e táticas dos agentes de segurança pública, focando em situações de alto risco e no combate ao crime organizado.