Paciente diz faltar médico, material cirúrgico e até lanche no PS

O mototaxista Cleildo Patrício da Silva, de 44 anos, está internado no Pronto-Socorro de Rio Branco desde o domingo (3), quando sofreu um acidente de trânsito no bairro Tancredo Neves, em Rio Branco. Com o braço quebrado, ele se queixa da falta de informações sobre o tratamento.

“Ninguém diz nada. Estou há seis dias internado e eles não dão informações”, disse por telefone ao oacreagora.com nesta sexta-feira (8).

Ele diz ainda faltarem médicos e até lanche para atender a todos os pacientes. “Ontem [quinta, 7] só teve merenda pros idosos”, afirmou.

Conhecido de pessoas que atuam na Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), foi a elas que recorreu em busca de socorro. Não adiantou. Segundo Cleildo, a má notícia lhe foi dada por um amigo: só há material ortopédico para ser usado nas cirurgias de casos extremos, de pacientes que chegam ao PS com fratura exposta.

A outra informação extraoficial recebida por ele é que 60 pessoas aguardam na fila de espera das chamadas ‘cirurgias eletivas’. Segundo essa fonte, na próxima segunda-feira esses pacientes receberão alta e deverão aguardar o contato do setor encarregado de agendar as cirurgias.

Cleildo acredita que também deverá retornar para casa com o braço quebrado.

Mais do mesmo

No começo de dezembro de 2020, o site revelou a via crucis do produtor rural Tiago da Silva Simão, de 26 anos, que aguardava cirurgia no PS há 33 dias. Vítima também de um acidente de trânsito na cidade de Sena Madureira, ele estava com o fêmur, joelho e braço quebrados. Os médicos diziam não haver material para o procedimento cirúrgico. E com isso o tempo passava sem que ele recebesse os cuidados necessários.

A família do agricultor denunciou a falta de paracetamol na unidade hospitalar – o que a direção do PS negou e foi desmentida pela irmã do paciente. Ela enviou à redação, na época, uma nota fiscal do medicamento comprado em uma farmácia.

O outro lado

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Sesacre, que enviou nota negando a denúncia feita pelo motataxista.

“Temos ortopedistas, material, centro cirúrgico e alimentação para os pacientes.

Ocorre que alguns desses procedimentos são para cirurgias eletivas e dependem de vagas para que seja feito o agendamento e transferência dos pacientes, a liberação para os agendamentos das cirurgias é feito na FUNDHACRE conforme a demanda da unidade”, diz o texto assinado pelo diretor-geral do Pronto-Socorro, Areski Peniche.

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