Carlos Carvalho , professor da USP, foi o escolhido pelo novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga , para coordenar um grupo sobre protocolos de combate para o novo coronavírus. Carvalho é considerado crítico do uso da hidroxicloroquina, medicamento defendido pelo presidente Jair Bolsonaro. As informações foram apuradas pela Folha de São Paulo.
O professor ressaltou desde o começo da pandemia de que não havia comprovação cientifica sobre o uso do remédio no tratamento contra o novo coronavírus . Queiroga solicitou os protocolos implementados no Hospital das Clínicas e no InCor, onde trabalha, para levar dados para todo o país.
O nome de Carvalho foi citado pelo ministro da Saúde durante sua entrevista coletiva na quarta-feira (14). Tidos como berços da ciência, os hospitais não fizeram o uso da cloroquina e ivermectina no tratamento contra a Covid-19. Em abril do ano passado, Carvalho chegou a comparar o efeito da cloroquina em relação ao novo coronavírus com o da Novalgina, ou seja, efeito nenhum.
“A falta de organização central e as informações desconexas sobre medicação sem eficácia contribuíram para a letalidade maior na nossa população. Não vou dizer que representa 1% ou 99% (das mortes), mas contribuiu”, disse em entrevista para BBC News.
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Carvalho ainda declara que mesmo tento o seu nome citado por Queiroga, ele não vai ter um cargo específico na gestão .
“Me comprometi a ajudar nesse momento crítico. Não farei parte de ministério. Coordeno a teleUTI do InCor HCFMUSP [Hospital da Faculdade de Medicina da USP], tendo realizado mais de 7.000 atendimentos em diferentes hospitais públicos do estado de SP. Nesse sentido, capacitação de equipes e teleconsultoria, disse que poderia contribuir”, afirma.
Nesta quinta-feira (25), Marcelo Queiroga irá para a sua primeira vista como titular da pasta. Ele irá até o InCor, em São Paulo e será recebido pelo Roberto Kalil Filho e Abid Jatene.
Quem parece não estar nada contente é o governador João Doria (PSDB). O professor Carvalho faz parte da equipe montada pelo governador da cidade paulista e Doria só soube da colaboração de Carvalho com o governo federal pela entrevista da coletiva do novo ministro da Saúde.