O professor do Instituto Federal do Acre (IFAC), Uilson Fernando Matter, e o trabalhador diarista Ananias da Silva Monte viraram réus na acusação de tortura contra um adolescente de 16 anos, que é estudante do instituto.
A denúncia, encabeçada pelo promotor do Grupo de Atuação Especial na Prevenção e Combate à Tortura, Walter Teixeira Filho, foi acolhida pela Justiça do Acre.
De acordo com a denúncia, os eventos ocorreram em 27 de novembro do ano passado, aproximadamente às 11 horas da manhã, nas instalações da residência do servidor público, localizada no centro de Xapuri.
Segundo o relato da denúncia, o professor e o diarista submeteram a vítima a tortura física e psicológica, com o intuito de extrair uma confissão. Os acusados buscavam informações sobre o paradeiro dos objetos furtados da casa do educador.
Durante o episódio de tortura, o adolescente teria sido golpeado com chicotadas de corda e também com um piraim, um tipo de chicote trançado. Ademais, segundo a denúncia, os acusados teriam forçado o menor a ingerir uma pílula de cor rosa. Uilson Fernando teria afirmado que o comprimido era para induzir o sono à vítima, a fim de que não sentisse sua própria morte.
Entretanto, o adolescente manteve o medicamento debaixo da língua. Diante da ineficácia do primeiro comprimido, os acusados ordenaram que o menor ingerisse mais três pílulas. Diante da recusa, o jovem teria sido ameaçado de morte.
Na residência onde ocorreu a tortura, os policiais encontraram ainda um rifle calibre 22. O professor foi detido em dezembro do ano passado. Enquanto isso, o diarista Ananias da Silva, que teve a prisão preventiva solicitada pelo Grupo de Atuação Especial na Prevenção e Combate à Tortura, foi capturado na última quinta-feira (31).
Os advogados dos réus devem recorrer da decisão.