Nesta sexta-feira (26), poucas horas após o anúncio do governo de São Paulo sobre o desenvolvimento de uma vacina 100% brasileira contra a Covid-19, a ButanVac , o pesquisador da Fiocruz Julio Croda afirmou que a previsão do governador João Doria, que falou em iniciar a vacinação em julho, é “muito otimista”.
“É muito difícil estabelecer uma data. Pelo que entendi, iniciar a produção em maio. Isso ele pode afirmar. Essas doses podem ser estocadas. Mas uma coisa é a produção. A aplicação só vai ser feita depois que Anvisa analisar os estudos da fase 3 “, afirmou Croda, em entrevista à CNN Brasil.
“É preciso ter dados de eficácia. Então, vai precisar de mais tempo, 3 a 6 meses, se tiver circulação viral alta, para concluir as três fases. Não dá tempo de fazer esses estudos e já ter a finalização dos dados de eficácia”, concluiu o pesquisador.
Sobre a possibilidade da Fiocruz também desenvolver um imunizante como foi feito no Instituto Butantan , Croda ressaltou que a possibilidade existe, mas que isso só será considerado após a transferência de tecnologia da vacina Oxford/Astrazeneca: “no 2º semestre já vão produzir sem necessidade de IFA. Se isso acontecer, teremos autonomia e é isso que importa para programar a vacinação com tranquilidade”.