Polícia investiga mãe de jovem que morreu envenenado; padrasto está preso

A mãe de Lucas da Silva Santos, de 19 anos, que foi envenenado após comer bolinhos misturados com chumbinho, está sendo investigada pela Polícia Civil após o padrasto do jovem, Ademilson Ferreira dos Santos, confessar o crime. 

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou ao Terra nesta quarta-feira, 23, que a mulher comprou o produto (chumbinho) a pedido do autor do crime. Ele segue em prisão temporária e vai responder por homicídio consumado

Lucas morreu no domingo, 20, depois de ficar oito dias internado no Hospital de Urgência de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. O rapaz teve morte encefálica.

 A gestão municipal, por meio da Secretaria de Saúde, informou que “durante todo o período de internação, prestou a melhor assistência possível” ao jovem. Além disso, disse que a família de Lucas já autorizou a doação de seus órgãos.

O padrasto da vítima revelou à Polícia Civil que pediu para que a própria esposa, mãe de Lucas, comprasse o veneno em Diadema para matar ratos.

“‘Botei’ um pouquinho de creme de leite, coloquei um pouquinho de chumbinho e coloquei na boca. Cortou minha boca. Dei um pouco para o Lucas, um pouco para o Tiago e um pouco para ela [esposa]”, afirmou em confissão obtida pelo SBT News.

O comerciante responsável por vender a substância foi preso em flagrante no dia 17 de julho e confessou vender o produto sem qualquer autorização dos órgãos competentes. O chumbinho é uma substância altamente tóxica e de venda proibida no Brasil. 

Ele foi encaminhado para audiência de custódia no dia seguinte e liberado após decisão judicial. O caso é conduzido pelo 8º Distrito Policial do município de Diadema. Segundo a autoridade responsável, o inquérito está em fase final e aguarda a conclusão do laudo pericial para o completo esclarecimento dos fatos.

Relembre o caso

A mãe de Lucas contou à Polícia Civil que recebeu os bolinhos de mandioca em casa no dia 11 de julho. Ademilson foi o responsável por distribuir os alimentos aos familiares.

Em entrevista à Rede Globo, o padrasto da vítima tentou colocar a culpa na irmã dele, que chegou a ser investigada pelo crime.

No entanto, a participação dela no crime foi descartada devido às contradições nos depoimentos do padrasto do jovem. Todos os moradores da casa comeram os bolinhos, mas apenas Lucas passou mal e precisou ser socorrido.

Desconfiando que o jovem estaria com intoxicação por envenenamento, a equipe médica da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) União acionou a Guarda Municipal e o caso passou a ser investigado pela Polícia Civil. 

Ao ser questionado sobre o motivo do envenenamento, o padrasto de Lucas alegou que seria uma tentativa de suicídio. Ele admitiu ter dividido os bolinhos envenenados com os familiares, acrescentando que “Lucas foi quem mais sofreu”.

Durante o depoimento, ele chegou a pedir a prisão da esposa por ter adquirido o veneno e do comerciante de Diadema por ter vendido o raticida.

A investigação aponta que o acusado desenvolveu um comportamento obsessivo em relação ao enteado e teria se revoltado ao saber que Lucas pretendia se mudar para outra cidade.

 A Polícia Civil também apura suspeitas de abuso sexual por parte do padrasto –uma denúncia feita por três testemunhas ouvidas no inquérito. O padrasto nega as acusações.

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