O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC) informou nesta quarta-feira (10), por meio de sua assessoria de imprensa, que alertará o governo do estado e parlamentares para o risco de demissão coletiva dos médicos de Cruzeiro do Sul.
Em nota, o Sindmed afirma que o motivo é a ‘pressão sofrida pelos profissionais’ que estariam sendo punidos de forma antecipada pela Polícia Federal (PF) por realizarem, por exemplo, jornadas que superam as 36 horas de uma só vez por falta de trabalhadores que assumam os plantões.
“As autoridades policiais acusam os médicos do interior de não cumprirem a carga horária, o que não é verdade, pois há uma a falta de profissionais, forçando a classe a cumprir uma jornada de trabalho muito superior à exigida contratualmente”, diz a nota.
Sobre a afirmação feita pela PF de que não há controle de ponto eletrônico, o Sindmed-AC afirma que a incumbência deveria ser de responsabilidade do governo do estado e da Associação Nossa Senhora da Saúde (Anssau).
“Para evitar que os servidores continuem sendo incriminados por trabalharem em prol da população, foi deliberada a interrupção das atividades até que haja segurança jurídica para continuarem exercendo a medicina”, diz ainda o texto.
A entidade afirma estar encaminhando a Cruzeiro do Sul uma equipe formada por assessores jurídicos e de imprensa para auxiliar os profissionais e oferecer o devido apoio, entre os quais o desbloqueio dos salários.
Entenda o caso
No começo deste mês, a Polícia Federal em Cruzeiro do Sul identificou trabalhadores da área de saúde que supostamente estariam acumulando trabalhos com horários incompatíveis. O resultado, segundo a PF, é que eles estariam deixando de prestar os serviços para os quais foram contratados.
Na ocasião, foram cumpridos 14 mandados de sequestro de bens, 1 de busca e apreensão e três medidas cautelares diversas da prisão em desfavor de um dos investigados. Os ativos financeiros bloqueados na ação perfazem o montante superior a R$ 3,2 milhões.
Foram sequestrados em Cruzeiro do Sul veículos, casas e demais bens adquiridos com dinheiro público obtido através de condutas supostamente criminosas, tais como estelionato contra a administração pública.
Em razão da atuação da PF, o diretor técnico do Hospital Regional do Juruá foi afastado de suas funções. Ele também está impedido de exercer quaisquer atividades no estabelecimento.