A Polícia Federal deflagrou no Acre, nesta quinta-feira (25), a ‘‘Operação Contágio’’, que investiga irregularidades em licitações ocorridas no primeiro semestre do ano de 2020, no município de Plácido de Castro. As investigações se deram de forma conjunta com o Tribunal de Contas da União. Um vereador em exercício pelo município de Rio Branco também é alvo da operação.
Um dos contratos investigados possuía um valor de R$ 512.402 e visava a compra de equipamentos de proteção individual (EPIs) para profissionais da saúde, que atuavam no combate à pandemia causada pelo Covid-19.
Segundo apurado até o momento, o grupo criminoso se valeu da flexibilização das regras de contratações para efetuar a assinatura do acordo comercial.
A maioria das empresas consideradas como fornecedoras são supostamente fictícias, mais conhecidas como “empresas de fachada”, não possuindo sequer sede administrativa e funcionários.
Segundo a PF, a investigação identificou que o grupo criminoso atuou com a participação dos sócios das empresas e de funcionários públicos, inclusive um ex-secretário municipal que deveria ser o responsável por prezar pela lisura do procedimento de contratação.
Chamou a atenção dos investigadores o fato de que uma das proprietárias das empresas investigadas recebeu Auxílio Emergencial, no valor de R$ 600, em data próxima a que apresentava proposta orçamentária de mais de meio milhão de reais.
Aproximadamente 40 policiais federais cumprem, hoje (25), 9 mandados de busca e apreensão nas cidades de Rio Branco, Plácido de Castro, Xapuri, e Abadia de Goiás (GO).
O nome da operação, “Contágio”, faz referência ao fato de que o objeto de contrato investigado é justamente a compra de materiais EPIs, que visam evitar que profissionais de saúde sejam contaminados pelo vírus do Covid-19.