Pesquisadores de Harvard e MIT desenvolvem tratamento para tratar queda de cabelo autoimune

Pesquisadores de Harvard e MIT desenvolvem tratamento para tratar queda de cabelo autoimune
Foto: Reprodução

Pesquisadores de Harvard e MIT desenvolvem tratamento para tratar queda de cabelo autoimune

A queda de cabelo varia bastante! Além da conhecida calvície ou alopecia androgenética, a alopecia areata é outra condição comum que causa perda de cabelo , afetando até mesmo pessoas mais jovens.

Prático e indolor, o adesivo desenvolvido por pesquisadores de Harvard e MIT pode administrar medicamentos profundamente na pele para regular o sistema imunológico local, em vez de suprimi-lo, combatendo assim a alopecia areata e restaurando o crescimento dos cabelos sem causar efeitos colaterais.

O que é alopecia areata?

“A alopecia areata é uma doença inflamatória e autoimune que ocorre quando as células do sistema imunológico atacam o folículo piloso, fazendo com que deixe de produzir o fio e gerando falhas. A extensão varia caso a caso, podendo restringir-se a pequenas áreas circulares ou afetar todo o couro cabeludo”, explica o Dr. Danilo S. Talarico, médico professor de Cirurgia Capilar e Tricologia.

“E, apesar de haver possibilidade dos fios voltarem a crescer sozinhos, já que os folículos pilosos não são destruídos, essa não é uma garantia. Além disso, muitas vezes a doença ocorre de maneira cíclica, com períodos de queda e renascimento dos fios. Então, o tratamento adequado é fundamental, especialmente porque a alopecia areata pode causar um impacto importante na autoestima”, acrescenta.

Novo tratamento para queda capilar autoimune

Pesquisadores de Harvard e MIT criaram um adesivo com microagulhas que regula o sistema imunológico local, impedindo que as células ataquem o folículo capilar, combatendo a queda de cabelo. A descoberta foi publicada em abril na revista Advanced Materials.

Substâncias presentes no tratamento

O adesivo é composto por ácido hialurônico e polietilenoglicol, substâncias biocompatíveis com o organismo e amplamente utilizadas em aplicações médicas.

“Essa combinação possibilita o desenvolvimento de agulhas duradouras capazes de penetrar na pele de forma completamente indolor e entregar o medicamento diretamente no alvo necessário, pois ultrapassam a camada mais externa da epiderme, o que muitos cremes não conseguem fazer”, afirma o médico.

Para o tratamento de alopecia areata, uma união das citocinas IL-2 e CCL-22 foram incorporadas aos adesivos. “A associação dessas citocinas ajuda a recrutar células imunológicas específicas que vão se proliferar para ajudar a conter a inflamação. Além disso, também mostra ao sistema imunológico que os folículos não são agentes estranhos, fazendo com que pare de atacá-los”, explica.

Como o estudo foi feito?

O adesivo foi testado em camundongos, sendo aplicado nos animais em dias alternados durante três semanas. Ao final desse período, os camundongos apresentaram redução da inflamação e crescimento de pelos no local tratado, sem efeitos adversos no restante do sistema imunológico.

Além disso, os fios que cresceram mantiveram-se por várias semanas após o término do tratamento. O adesivo também foi testado em camundongos com sistema imunológico humanizado e pele humana enxertada, resultando em efeitos positivos semelhantes.

Outras utilidades do tratamento

Os pesquisadores destacam ainda que a composição do adesivo é extremamente versátil, permitindo seu uso com diversos medicamentos. Essa característica o torna uma ferramenta valiosa no tratamento de outras condições de pele, como vitiligo, psoríase e dermatite atópica.

“É uma verdadeira mudança de paradigma no tratamento das doenças autoimunes de pele. Em vez de suprimirmos todo o sistema imune, agora será possível regulá-lo precisamente no local afetada para gerar tolerância imunológica e reverter o quadro”, destaca o Dr. Danilo Talarico.

O adesivo surge como uma nova opção no tratamento da alopecia areata, apresentando vantagens em relação às terapias atualmente disponíveis!

Fonte: DR. DANILO S. TALARICO

Fonte: Mulher

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