Entre agosto de 2021 e fevereiro deste ano, o governador Gladson Cameli (PP) perdeu 19% das intenções de voto. É o que revela a última pesquisa realizada pelo Instituto Perfil, divulgada nesta quinta-feira (24), em comparação com outro levantamento, realizado há seis meses. Gladson aparece agora com 43%, contra 62% de agosto.
Em julho do ano passado, outra pesquisa eleitoral mostrava Cameli com 57% das intenções de voto. É de se supor, portanto, que até então a curva do seu desempenho eleitoral era ascendente. A pesquisa mais recente revela tendência de queda. Mas isso a imprensa não diz.
Essa reversão, sem dúvida, decorre da Operação Ptolomeu, da Polícia Federal. Se até então as denúncias de corrupção ficavam no entorno de Cameli, a PF, em dezembro, mirou o apartamento do governador e o Palácio Rio Branco. Foi a primeira vez na história que a PF bateu às portas da sede do poder acreano com um mandado de busca e apreensão.
Os demais fatores que levam ao derretimento de Gladson são invisíveis, ou seja, decorrem justamente do que os eleitores não veem em sua gestão: não há obras nem ações capazes de minimizar os muitos problemas de uma população empobrecida pela pandemia e pela roubalheira.
No instante em que o leitor lê este texto, Gladson se encontra nos Estados Unidos, pouco se lixando para os moradores do Jordão, que enfrentam um período de pós-enchente.
Mas isso a imprensa também não vai dizer.