O Acre registrou aumento no número de adolescentes com excesso de peso nos últimos dez anos. De acordo com o Atlas da Obesidade Mundial, da World Obesity Federation, 22% dos jovens entre 10 e 19 anos estavam acima do peso em 2014. Em 2024, esse índice chegou a 27%.
A pesquisa, baseada em dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan/SUS), aponta que a tendência de crescimento é nacional e atinge todos os estados brasileiros.
Riscos para a saúde
O excesso de peso ainda na infância pode trazer diversas complicações. Entre elas estão a limitação da mobilidade, menor disposição para atividades físicas e maior risco de desenvolver doenças como hipertensão, diabetes, resistência insulínica, gordura no fígado, além de problemas cardiovasculares, respiratórios e até alguns tipos de câncer.
Especialistas também alertam que a obesidade infantil tende a se prolongar para a adolescência e a vida adulta. Isso acontece porque as células de gordura apenas diminuem de tamanho durante o emagrecimento, mas têm facilidade para voltar ao volume original, aumentando as chances de ganho de peso ao longo da vida.
Ambiente familiar e rotina
Grande parte das crianças obesas cresce em ambientes onde pais e familiares também enfrentam excesso de peso. Esse contexto, chamado de ambiente obesogênico, reforça hábitos alimentares inadequados e reduz as chances de mudanças positivas na rotina.
O sedentarismo é outro fator decisivo. Crianças e adolescentes passam cada vez mais tempo em frente a telas e deixam de lado a prática de atividades físicas. Além disso, a alimentação desregulada se tornou rotina, com baixo consumo de frutas e verduras e maior presença de alimentos ultraprocessados.
Cenário no Brasil
Em nível nacional, a projeção é preocupante: até 2035, metade das crianças e adolescentes brasileiros poderá estar acima do peso. No mundo, a estimativa é de 770 milhões de jovens obesos ou com sobrepeso.
Atualmente, a região Sul lidera os índices, com 37% dos adolescentes acima do peso. A região Norte tem o menor percentual, com 27%.
Entre os estados, os maiores aumentos foram registrados no Ceará (+12%), Rondônia (+11%) e Rio Grande do Norte (+10%). O único a registrar queda foi Roraima, que reduziu 1% em comparação a 2014.