O preço de um olho: empresário terá que indenizar professor por agressão no Acre

Uma agressão em um bar no interior do Acre custou a um professor a visão de um olho — e rendeu a um empresário uma condenação na Justiça. Quase um ano após o ataque, o caso teve desfecho judicial: o réu, Adriano Vasconcelos Correa da Silva, foi sentenciado a dois anos de prisão em regime aberto e condenado a pagar R$ 50 mil de indenização à vítima, o professor Paulo Henrique da Costa Brito.

O crime ocorreu em outubro de 2023, em um bar no Centro de Brasiléia, município que faz fronteira com a Bolívia. Segundo o processo, Paulo Henrique havia saído do trabalho e parou no local com amigos. Lá, foi atacado com tamanha violência que perdeu totalmente a visão do olho esquerdo. O episódio foi registrado por câmeras de segurança e ocorreu nas proximidades de uma viatura da Polícia Militar.

A decisão judicial foi assinada pelo juiz Guilherme Miotto no último dia 18. O empresário poderá recorrer em liberdade. Sua defesa não quis comentar o caso, mas disse confiar na Justiça.

De tentativa de homicídio a lesão grave

Inicialmente, Adriano foi denunciado por tentativa de homicídio por motivo fútil. No entanto, o Ministério Público do Acre pediu a reclassificação da acusação para lesão corporal grave, alegando falta de provas que demonstrassem intenção de matar. O pedido foi acatado pela Vara Criminal de Brasiléia e também aceito pela defesa do réu.

Durante o julgamento, Adriano alegou ter agido em legítima defesa, afirmando que teria sido ofendido pela vítima. Mas nenhuma das testemunhas confirmou essa versão. Para o juiz, as evidências são claras quanto à prática de lesão corporal grave.

“No processo, não há elementos que deixem dúvidas sobre o crime praticado, o que justifica a condenação”, afirmou o magistrado.

Sequela permanente

A vítima, que mora em Epitaciolândia, cidade vizinha a Brasiléia, ainda enfrenta as consequências da agressão. Paulo Henrique relata dificuldades para adaptar-se à nova rotina e desconforto psicológico ao encontrar o agressor em espaços públicos.

“Essa agressão não me feriu sozinho. Feriu também minha família. O que eu espero é justiça, porque a sequela que eu carrego é para a vida toda”, desabafou o professor.

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