O número de casos notificados de violência contra crianças e adolescentes no Acre atingiu um recorde em 2024. Segundo o Observatório em Saúde do estado, foram registradas 2.649 ocorrências, envolvendo violência doméstica, sexual e outras formas de agressão — o maior volume desde o início da série histórica, em 2015.
Os dados revelam que a faixa etária mais afetada foi a de 10 a 19 anos, que concentrou 44,3% das notificações. O número chama atenção não apenas pela alta absoluta, mas pela tendência de crescimento contínuo nos últimos anos, especialmente após a pandemia, quando os mecanismos de denúncia e proteção passaram a enfrentar novos desafios.
As estatísticas incluem episódios de violência física, psicológica, sexual e negligência, muitas vezes ocorridos dentro do ambiente familiar. Especialistas apontam que parte do aumento pode estar relacionada à maior conscientização e à melhoria dos canais de denúncia, mas reforçam que o volume de casos permanece alarmante.
Entidades ligadas à proteção da infância e juventude defendem o fortalecimento da rede de apoio, com ampliação das equipes nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), escolas preparadas para identificar sinais precoces de abuso e agilidade nas respostas institucionais.
O relatório do Observatório é considerado uma das principais fontes estaduais sobre o tema e serve de base para a formulação de políticas públicas. Os dados completos estão disponíveis no portal oficial da saúde do Acre.