Mourão defende Bolsonaro e aponta Tarcísio como “estrela da direita” para 2026

Em entrevista exclusiva ao Terra, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) voltou a defender Jair Bolsonaro em meio às investigações que atingem o ex-presidente, réu por tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 2023. Para o ex-vice-presidente, o processo em curso foi conduzido “à margem do que seria o devido processo legal”, mas aponta a condenação como certa e já projeta o retorno do aliado para o cenário político em 2030.

Mourão disse ainda que aguarda “o melhor momento para fazer uma visita ao presidente Bolsonaro” e relatou que esteve em contato com ele pouco antes de depor como testemunha de defesa do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele também comentou a postura da família Bolsonaro diante do cerco judicial. O ex-presidente e o filho dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foram indiciados pela Polícia Federal pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por atuarem junto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo.

“Uma situação delicada. Eu concordo com recentes comentários do ex-presidente Michel Temer a respeito do assunto. Ele colocou que o deputado Eduardo Bolsonaro tomou uma decisão de batalhar pela liberdade do pai dele, utilizando as armas que ele julgava que tinha à disposição”, disse Mourão, que acrescentou que a repercussão internacional trouxe desgaste.

“É óbvio que isso gerou uma repercussão extremamente negativa. A partir do momento em que uma nação estrangeira busca influir em cima de outro país isso tem suas consequências. Eu, particularmente, critico essa ação dos Estados Unidos. Assim como em tempos passados, critiquei a esquerda, que era useira e vezeira em acorrer aos fóruns internacionais.”

Ao projetar as eleições de 2026, o senador listou possíveis nomes do campo conservador –Romeu Zema, Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e Eduardo Leite–, mas destacou o governador de São Paulo. “Temos aquele que considero a estrela da direita hoje, que é o governador Tarcísio, lá de São Paulo. Temos que nos juntar e apresentar uma candidatura sólida”, afirmou.

Apesar de reconhecer Tarcísio como principal liderança do grupo, Mourão fez questão de ressaltar o peso do ex-presidente. “Quem colocou a direita no mapa do Brasil se chama Jair Bolsonaro.”

Para 2026, o senador admite que a presença de Bolsonaro nas urnas é improvável, mas cogita um retorno futuro. Mourão concluiu: “Julgo que, se ocorrer anistia ou elegermos, ano que vem, alguém disposto a conceder indulto ao presidente Bolsonaro, pode ser que, num futuro próximo, ele retorne para liderar o país.”

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