O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, se desentendeu com o senador Sérgio Moro (UNIÃO – PR), durante sua participação em uma comissão no Senado Federal para tratar das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nesta quinta-feira, 15.
Moro foi o senador a abrir a rodada de perguntas feitas a Queiroz. Os ânimos se exaltaram quando o senador questionou se Queiroz, enquanto era secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, estaria envolvido em um pedido do então ministro Carlos Lupi para desbloqueio de recursos descontados de aposentados em novembro de 2023.
O atual ministro disse não ter relação com o caso e rememorou denúncias feitas em 2020, quando Sérgio Moro era ministro da Justiça, na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não sei e não tenho a delegação do ministro Lupi aqui para defendê-lo. Ontem por exemplo, eu estava assistindo o Jornal Nacional e teve uma denúncia de um servidor que denunciou em 2020. Parece que vossa excelência era ministro da Justiça nessa época, vossa excelência fez alguma coisa para coibir essas fraudes?”, rebateu Queiroz a Moro.
“Esses fatos nunca foram informados a mim como foram informados a vossa excelência expressamente na reunião lá em 2023”, respondeu o senador. A referida reunião já havia sido mencionada por Moro durante a comissão.
Trata-se de uma reunião do Conselho de Previdência Social, em que uma conselheira denunciou os descontos irregulares. Mas, segundo Queiroz, a questão não estava originalmente na pauta e, por isso, o ministro Carlos Lupi determinou que fosse tratada em outro momento.
Moro questionou a demora, de 2023 a 2025, para que providências fossem tomadas, ao que Wolney Queiroz disse que mantinha contato com o presidente do INSS, que dizia estar aumentando os critérios para os descontos.
Ainda na dicussão com Moro, o ministro da Previdência afirmou que foi o atual “governo quem chamou a polícia” para tratar do caso das fraudes.