Morador de Boca do Acre ganha prótese em Rio Branco: ‘Aqui não me ajudaram’

Moisés Rodrigues dos Santos, de 33 anos, teve a perna amputada em março de 2018, após sofrer um acidente de trânsito envolvendo sua motocicleta e uma camionete, o que acarretou a perda de sua perna direita. Desde então, sua vida mudou – para pior.

Morador de Boca do Acre (AM), Rodrigues nasceu no Seringal Cametá. Ele afirma que não teve ajuda dos envolvidos na colisão, nem de ninguém em Boca do Acre, principalmente da classe política, que lhe virou as costas. Ele então se via como um deficiente físico que não tinha mais condições de trabalhar.

“Lá em Boca do Acre procurei o atual prefeito, e o gestor não se sensibilizou com o que aconteceu comigo. Inclusive fui eleitor dele, mas nada. Sei que existem programas e convênios para este tipo de ajuda, o que não foi explorado pela máquina pública. Até fiz consultas jurídicas e disseram que eu tinha direito”, desabafa. “Depois procurei um ex-prefeito, que também somente me fez promessas, todos mentirosos”, completa.

Moisés ganhou uma nova oportunidade no Acre/Foto: cedida

Ele diz ainda que a única ajuda partiu de um cidadão chamado Denis do Antero e de um vereador, filho de um líder religioso da cidade.

“Tive o prazer de conhecer um conterrâneo de Boca do Acre chamado Valtemir Evangelista. Ele é professor universitário, e me ofereceu ajuda, me estendeu a mão. Ele disse que ia entrar comigo nesta luta, apesar de não me conhecer, nunca ter me visto. Todos sabem que o custo de uma perna mecânica é muito alto, mas o Valtemir tinha conhecimento com o sr. Jamell Martins, tendo em vista que sua esposa trabalha com próteses, fazendo assim o canal, a viabilização e doação da minha atual perna, que com certeza me trouxe mais qualidade de vida”, conta.

Segundo Moisés, as maiores dificuldades enfrentadas por uma pessoa com deficiência é o preconceito, a rejeição. Até mesmo para conseguir emprego tem que existir políticas de trabalho das empresas com vagas para deficientes, porém, as vagas são muito limitadas, não havendo espaço para todos.

Agradecimento

“Hoje eu agradeço primeiramente a Deus, que sem Ele ninguém nunca se chega a lugar algum. Em segundo lugar, aqui na terra, ao professor Valtemir Evangelista, que foi fundamental para a realização desta conquista, e principalmente ao senhor Jamell Martins e sua esposa, além do governo do Estado do Acre”, disse.

“Para os irmãos com deficiência, venho dizer que todos possam vir a ter humildade e principalmente perseverança, e que mesmo com suas limitações, possam ajudar ao próximo, e não ter orgulho ao ser ajudado”.

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